O Estado de São Paulo, n. 44964, 25/11/2016. Política, p.A4

 

Renan diz que não vota fim do foro privilegiado

Andreza Matais e Marcelo de Moraes

 

 

No que depender do presidente do Senado, Renan Calheiros, o projeto que acaba com a prerrogativa de foro para políticos não será votado neste ano pela Casa. O texto é de autoria do senador Álvaro Dias (PV-PR) e teve parecer favorável do colega Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mas a votação emperrou ainda na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. “O Álvaro tem uma preferência pelo fim da prerrogativa de foro especial porque talvez ele queira ser julgado em três instâncias”, ironizou Renan, em conversa com a Coluna.

Lição de casa. Na avaliação de um cacique político, o governo não soube lidar com a crise envolvendo a saída de Marcelo Calero do Ministério da Cultura, deixando a situação crescer a ponto de sair do controle. 

Comigo mesmo. Ao prestar depoimento espontâneo à PF, em Brasília, Marcelo Calero não estava acompanhado de advogado. A decisão de procurar a polícia foi tomada depois de receber conselhos de pessoas próximas de que esse seria o melhor caminho a tomar, uma vez que envolveria o presidente da República, Michel Temer, na denúncia. 

Caso Geddel. Aliados de Michel Temer classificaram como um “gesto de imaturidade” do ex-ministro Marcelo Calero o fato de ter envolvido o presidente nas acusações de tráfico de influência. Calero também foi chamado de maluco. 

É guerra. Os partidos já se preparam para trocar seus representantes na CCJ quando for discutido se o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pode disputar a reeleição. O Centrão, que tem pelo menos três candidatos na disputa, vai entupir a comissão com deputados contrários à tese. 

Falo mesmo. “É preciso que os advogados que fazem jus a esse nome não se confundam e procurem não se confundir com lobistas”, disse o presidente do TSE, Gilmar Mendes, durante sessão da Corte ontem. 

Tá demais. O protesto foi direcionado a advogados que pedem audiência para discutir processos nos quais não têm procuração para atuar. Segundo um colega de Gilmar, isso inclui ex-ministros de Cortes superiores. 

Praga. A uma semana de completar um ano da abertura do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Michel Temer vê seu governo desmoronar. 

Até ele. “Sou o porta-voz do presidente e vou entrar”, avisou Alexandre Parola ao segurança do Planalto na posse de Roberto Freire na Cultura. A entrada foi limitada a poucas pessoas. 

CLICK. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é recebido pelo papa Francisco, em Roma, durante as celebrações de sagração do cardeal brasileiro, d. Sergio da Rocha

Mudou. Por incompatibilidade de agenda, o ator Rodrigo Lombardi não fará mais o papel do juiz Sérgio Moro no filme Polícia Federal - A lei é para todos. O papel será do ator Marcelo Serrado, também global. As filmagens já foram iniciadas em Curitiba. 

Bastão. Para ter mais tempo para se dedicar à campanha para a presidência da Câmara, Rogério Rosso vai passar a liderança do PSD para o deputado mineiro Marcos Montes. 

Volta tudo. As negociações entre o Ministério Público e a Odebrecht em torno da delação premiada continuam hoje. A expectativa é de que o impasse com os EUA seja resolvido, mas a assinatura do acordo fique para a semana que vem. 

(...) 

PRONTO, FALEI!

ANTHONY GAROTINHO

Ex-governador do Rio de Janeiro

Comemorando decisão do TSE que o liberou da prisão: “Sempre confiei que a Justiça corrigiria o abuso de autoridade e a violência cometida contra mim”.