O Estado de São Paulo, n. 44957, 18/11/2016. Política, p.A4
Proposta anticorrupção corre risco de rejeição
Andreza Matais e Marcelo de Moraes
A decisão do relator do projeto que trata de medidas anticorrupção, deputado Onyx Lorenzoni, de excluir do seu texto pontos que desagradaram ao Ministério Público pode inviabilizar a aprovação do projeto. Deputados dizem que havia um acordo para incluir artigo que endurece regras de punição a juízes, procuradores e promotores que cometerem crimes, mas, depois do apelo do MPF, Onyx voltou atrás no seu compromisso. “Quem tem medo de calor não vai para cozinha”, resumiu um deputado, para quem foi um erro a escolha do relator.
Salvar os anéis. A possibilidade real de rejeição do relatório na comissão especial reabriu as conversas entre Onyx e membros do MPF. Uma alternativa é reescrever a proposta que prevê crime de responsabilidade para juízes e procuradores de forma que fique mais palatável.
Não desceu. Declarações de Onyx Lorenzoni, após se reunir com integrantes da força-tarefa da Lava Jato, também irritaram deputados, que o acusam de ter colocado a sociedade contra o Congresso quando disse que algumas medidas se opunham à Lava Jato.
No ar. Representantes das companhias aéreas procuraram Renan Calheiros para acelerar o Projeto de Resolução 55, que fixa o teto do ICMS sobre combustível de aeronaves em 12%.
Bagunça. Hoje, essa cobrança não é fixa. Varia de 3% a 33%, conforme o Estado, prejudicando o setor de aviação.
Perderam a viagem. Renan não vai atender ao pedido. Reclamou do mau tratamento das aéreas para o Nordeste, citando que foram cancelados voos que existiam para Recife, Maceió e Natal, por exemplo.
Só pensam nisso. Em Nova York, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz que os investidores estão mais preocupados com o efeito da eleição de Donald Trump do que com as investigações da Lava Jato.
Tudo bem. Segundo Meirelles, a curiosidade dos investidores pelo Brasil continua alta. Na conversa, o ministro sugeriu investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Sem partido. Dos 17 secretários anunciados pelo prefeito eleito de São Paulo, João Doria, só sete têm filiação partidária. São quatro tucanos, um do PPS, um do PV e outro do Novo.
Outro lado. O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) diz que não conhece Rogério Amado Barzallay, nomeado diretor de Engenharia da Infraero.
CLICK. Em encontro na sede da Fiesp, o presidente da instituição, Paulo Skaf, prometeu ao prefeito eleito de São Paulo, João Doria, ‘colaborar’ com a gestão do tucano.
Zé Bonitinho. Enfrentando dificuldades no TCU para estabelecer novas regras para as concessões em infraestrutura, o secretário Moreira Franco elogiou a elegância do ministro do TCU Augusto Nardes, num evento. “Acho que nunca te vi tão fashion”, disse antes de começar seu discurso.
Não é comigo. O Planalto empurra para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, qualquer decisão sobre o futuro do secretário-geral da Receita, Jorge Rachid.
Por que eu? Ao chegar à superintendência da Polícia Federal ontem, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral disse a agentes que estava incrédulo com a sua prisão.
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BOMBOU NA INTERNET
Paulo Pimenta
Deputado (PT-RS)
Sobre a prisão do ex-governador do Rio: “Delação de Cabral: ‘Em de 22 de abril de 1500, quando aqui cheguei, vislumbrei várias oportunidades de negócios…’”.