Bolsonaro é absolvido de apologia à tortura

Leticia Fernandes

10/11/2016

 

 

-BRASÍLIA- O Conselho de Ética da Câmara absolveu ontem o deputado Jair Bolsonaro (PSCRJ) do processo por quebra de decoro parlamentar, protocolado pelo PV. Em 17 de abril, ao votar pelo impeachment da expresidente Dilma Rousseff, Bolsonaro enalteceu o coronel Carlos Brilhante Ustra, chefe do DOI-Codi e um dos mais temidos torturadores da ditadura militar, e disse que ele era “o terror de Dilma”.

O relatório do deputado Odorico Monteiro (PROS-CE) pelo prosseguimento do processo, que poderia levar à cassação do mandato de Bolsonaro, foi derrotado por 11 votos a 1. Com o resultado, Marcos Rogério (DEM-RO), autor de um voto em separado pelo arquivamento da representação, foi designado o novo relator e o seu parecer foi aprovado por 9 a 1, com uma abstenção.

— O meu anjo-da-guarda aqui — disse Bolsonaro, abraçado ao deputado após a votação.

Rogério alegou que o comportamento do deputado foi “inapropriado e desrespeitoso”, mas que é preciso preservar a imunidade de fala.

Apoiadores do deputado gritaram “Bolsonaro presidente” e “Trump e Macri na América e Bolsonaro no Brasil”.

 

PELA ABSOLVIÇÃO:

Nelson Meurer (PP-PR) Tia Eron (PRB-BA) Washington Reis (PMDB-RJ) João Carlos Bacelar (PR-BA) Laerte Bessa (PR-DF) Ricardo Izar (PP-SP) Capitão Augusto (PR-SP) Sandro Alex (PSD-PR) Marcos Rogério (DEM-RO)

 

PELA CONDENAÇÃO

Zé Geraldo (PT-PA)

 

ABSTENÇÃO

Bebeto (PSB-BA)

 

 

O globo, n. 30411, 10/11/2016. País, p. 04.