Título: 8 bi de euros à Grécia
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Fonte: Correio Braziliense, 30/11/2011, Economia, p. 10

Bruxelas — Os ministros de Economia da Eurozona aprovaram ontem a liberação de 8 bilhões de euros de ajuda à Grécia, a última parcela de um empréstimo total de 110 bilhões de euros. Os líderes europeus acreditam que, ainda nesta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) dará a contrapartida necessária para que o governo grego consiga honrar todos os compromissos que vencem em dezembro, inclusive com salários de servidores e aposentadorias. Sem esse sexto lote de ajuda, a partir do dia 15 do próximo mês, a Grécia decretaria o calote.

Para receber o socorro, o novo governo de união nacional grego, dirigido por Lucas Papademos, ficou encarregado de aplicar as reformas exigidas pelos credores no plano de resgate. O compromisso fiscal foi endossado pelo líder do partido de direita, Antonis Samaras. Em carta enviada à União Europeia, ao FMI e ao Banco Central Europeu (BCE) ele frisou que "apoiava os objetivos" do plano europeu de resgate da Grécia, apesar de, segundo ele, haver necessidade de algumas modificações. "O novo partido de direita, Nova Democracia, apoia plenamente os objetivos de ajuste destinados a eliminação do rombo fiscal", disse.

Segundo o ministro das Finanças da Grécia, Evangelos Venizelos, o país está seguindo todas as ações necessárias para receber os 8 bilhões de euros. "Na Grécia, temos todas as condições para seguir em frente e contamos com o envolvimento do setor privado (que terá de aceitar um desconto de 50% nas dívidas do governo)", afirmou. A declaração veio depois da afirmação de que os bancos gregos perderam 14 bilhões de euros em outubro, um claro processo claro de fuga de investidores.

Dólar tem o terceiro dia de queda Mesmo com todas as incertezas que rondam a Europa e os Estados Unidos, o dólar registrou ontem o terceiro dia de queda. A moeda norte-americana foi negociada a R$ 1,847 para venda, com retração de 0,43%. Mas, no entender dos analistas, é preciso ter muita cautela, pois o mercado de câmbio anda muito instável. Nas bolsas de valores, o dia foi de resultados díspares. Em São Paulo, o Ibovespa, que mede a lucratividade das ações mais negociadas, cedeu 1,28%, para os 55.299 pontos. No mês, o pregão paulista acumula perdas de 5,21% e, no ano, de 20,21%. Em Nova York (foto), o índice Dow Jones subiu 0,28% e o Nasdaq, da bolsa eletrônica, computou baixa de 0,47%. Na Europa, abalada por uma crise monstruosa, os mercados acionários fecharam a terça-feira com valorização. Paris e Londres subiram 0,46% e Frankfurt, 0,95%.