Título: Calma no Egito
Autor: Vicentin, Carolina
Fonte: Correio Braziliense, 30/11/2011, Mundo, p. 17
O Egito encerrou ontem a primeira fase das históricas e longas eleições parlamentares do Egito, que devem seguir até março. O segundo dia de votação nas nove províncias que inauguraram o processo teve grande participação dos eleitores, mas também registrou problemas logísticos e de boca de urna. O sufrágio tem sido considerado o primeiro realmente livre após três décadas do regime de Hosni Mubarak, deposto em fevereiro, em meio aos protestos da Primavera Árabe.
Observadores que acompanharam a votação relataram que o comparecimento às urnas foi alto, mas nenhuma estimativa oficial havia sido divulgada até a noite de ontem. Apesar dos recorrentes problemas — como atraso na abertura de algumas seções e assédio de candidatos ou partidos aos eleitores —, não foram registrados incidentes de violência. Segundo o Instituto Andalus de Estudos de Tolerância e Antiviolência (Cairo), que mantém 3 mil dos 20 mil monitores, em alguns locais foi relatada a ausência de tropas para a segurança da votação e, em outros, observadores não puderam entrar.
O eleitor e ativista Osman Badran, responsável pelo marketing do time de futebol Al Ahly (Cairo), relatou ao Correio ter visto longas filas na capital. Segundo ele, os egípcios estavam "felizes". "O segundo dia foi pacífico. Não houve violência e, pessoalmente, vi muitas pessoas que não puderam votar no primeiro dia formando longas filas hoje (ontem)", contou.