Moraes diz responder com ‘tranquilidade’ a questionamentos

 
Daniel Weterman
Juliana Diógenes

 

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou ontem, em São Paulo, que responde com “tranquilidade” aos questionamentos levantados por parlamentares sobre sua atuação no comando da pasta.

Na terça-feira passada, a Mesa Diretora do Senado aprovou requerimento que solicita informações de Moraes sobre pronunciamento no qual ele “antecipa” a realização, pela Polícia Federal, de mais uma etapa da Operação Lava Jato.

No dia 25 de setembro, o ministro da Justiça afirmou, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, que uma nova fase da operação seria deflagrada. No dia seguinte, o ex-ministro Antonio Palocci foi preso. O pedido sobre Moraes, no Senado, foi feito pela parlamentar petista Gleisi Hoffmann (PR).

“Obviamente, todas as inquirições, seja da Câmara, do Senado ou da população, respondo com maior tranquilidade”, disse o ministro, ao ser questionado se vai dar esclarecimentos em resposta ao requerimento.

Moraes afirmou ainda que responde “trabalhando” aos comentários sobre uma eventual saída do ministério. A gestão do titular da pasta tem provocado especulações sobre sua permanência no cargo.

Poderes. Pivô de um conflito entre o Ministério da Justiça e o Senado – Moraes foi chamado de “chefete de polícia” pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) após uma operação da PF no Casa –, o ministro disse que há harmonia entre os Três Poderes, Ministério Público e sociedade civil quando o assunto é segurança pública. “Todos têm o mesmo foco: resolver a questão da segurança pública, uma das que mais preocupam a população brasileira.”

Indagado se o atrito com Renan havia sido superado, após uma reunião conjunta promovida pelo presidente Michel Temer na semana passada, Moraes não comentou a relação com o presidente do Senado. “Nosso plano em comum é exatamente a questão da segurança”, declarou.

O ministro disse ainda que expôs a Renan e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a intenção de adotar “medidas legislativas” para a segurança pública e assuntos penitenciários.