Correio braziliense, n. 19521, 17/11/2016. Economia, p. 11

CGU premia empresas "limpas"

CONJUNTURA » Iniciativa conjunta do Ministério da Transparência com o Instituto Ethos destaca 25 companhias por manterem comportamento ético e adotarem políticas para prevenir a corrupção. Número de organizações inscritas dobrou neste ano

 

Em meio ao turbilhão de investigações de corrupção e fraudes em empresas envolvidas com o setor público, o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) premiou 25 instituições, num universo de 197, que participaram do Pró-Ética, programa que enaltece as companhias que adotam políticas para evitar a ocorrência desses crimes.

A Operação Lava-Jato foi lembrada no dia da premiação. O ministro da CGU, Torquato Jardim, disse que o país vive um momento de transição política. “O Brasil não é o mensalão nem a Lava Jato. A vasta maioria do empresariado e do setor público não é parte desses processos de corrupção”, destacou. Jardim disse ainda que os acordos de leniência com as empreiteiras investigadas estão operando normalmente. “Não há iniciativa no Executivo para perturbar o trabalho dos investigadores”, declarou.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que cada vez mais a sociedade brasileira exige comportamento ético de todos os agentes públicos. “Nós, gestores públicos, devemos ser exemplo para os entes que supervisionamos e, ainda mais importante, para a sociedade brasileira. Além de um comportamento ético irretocável é preciso que busquemos incessantemente aprimorar nossa governança corporativa e nossos controles internos”, destacou.

A divulgação das empresas ocorreu durante a 3ª Conferência Lei da Empresa Limpa, da CGU. A iniciativa é uma parceria do órgão com o Instituto Ethos. Cláudia Taya, secretária de Transparência e Prevenção da Corrupção do ministério, disse que as companhias não ganham prêmio financeiro. “Além de receber um certificado e um troféu, a empresa tem reconhecimento público como sendo uma organização ética. Esse é o maior ganho para a instituição”, disse.

A participação das empresas é voluntária. Após a inscrição, elas respondem a um questionário. As que alcançam 70 pontos ou mais são habilitadas a compor uma lista que será avaliada por um comitê-gestor. Neste ano, foram 195 empresas inscritas, 101% a mais que no ano passado, quando foram 97 avaliadas e 19 aprovadas.