Título: FMI alerta para recessão
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Fonte: Correio Braziliense, 12/11/2011, Economia, p. 19

Para o Fundo, recuperação dos desenvolvidos caminha em "marcha lenta" e requer atuação urgente das autoridades

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reforçou o coro de pessimismo que envolve os países desenvolvidos. Em documento preparado para ser apresentado durante a cúpula do G-20, grupo das 20 maiores economias do planeta, mas divulgado somente ontem, o órgão alertou para o elevado risco de as economias avançadas voltarem à recessão. De acordo com o Fundo, a recuperação econômica nessas nações continua em "marcha lenta" e a normalização financeira só será alcançada caso as autoridades atuem com urgência para impulsionar o crescimento.

"A paralisia política e a incoerência contribuíram para exacerbar a incerteza, a perda de confiança e aumentou o estresse no mercado financeiro", destacou o FMI. O argumento do Fundo é de que as economias avançadas precisam, urgentemente, implementar planos de arrocho fiscal de médio prazo que sejam capazes de conquistar a confiança dos credores, além de apresentar reformas para o setor financeiro.

Ao analisar a situação dos Estados Unidos, Japão e alguns países da Zona do Euro, o FMI considerou que há "incertezas consideráveis" sobre como os governos responsáveis vão alcançar a sustentabilidade fiscal. "Para reduzir essas dúvidas, essas economias precisam caminhar mais rapidamente para colocar em prática planos críveis de consolidação, que ajudem a preservar o espaço para um suporte fiscal de curto prazo para a recuperação", acrescentou o FMI.

Zona de risco A manifestação do FMI foi feita um dia após o comissário europeu de Assuntos Monetários, Olli Rehn, dizer em tom sombrio que "a economia mundial está em perigo" e destacar o risco de recessão na Zona do Euro. "O crescimento parou na Europa e podemos entrar em uma nova fase da recessão", afirmou na quinta-feira.

Os números divulgados pela Espanha ontem confirmam a previsão do comissário. No terceiro trimestre, o país ficou com o Produto Interno Bruto (PIB) estagnado, após crescer apenas 0,2% nos três meses imediatamente anteriores.

A Comissão Europeia reduziu as previsões de crescimento no bloco econômico de 1,8% para 0,5% em 2012 e, embora estime que o avanço seja retomado após esse período, o órgão acredita que a estagnação deve afetar de forma diferente os países (veja o quadro).