Título: Combate ao racismo
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Fonte: Correio Braziliense, 20/11/2011, Política, p. 4

Ao lado de presidentes e de representantes de governos da América Latina, do Caribe e da África, a presidente Dilma Rousseff assinou ontem, com 14 países, um documento que traça diretrizes para o combate ao racismo e ações afirmativas de reparação para as populações afrodescendentes. A Declaração de Salvador foi o documento final do Encontro Iberoamericano de Alto Nível, em comemoração ao Ano Internacional dos Afrodescendentes, na capital baiana, em que Dilma defendeu um contato "cada vez mais forte" do Brasil com os países da África. "O combate à pobreza e a geração de empregos são importantes fatores de inclusão social dos afrodescendentes até porque, no Brasil, a pobreza tem duas faces: negra e feminina e, muitas vezes, até infantil", disse Dilma.

A presidente ressaltou a contribuição dos africanos para a cultura da América Latina e do Caribe e lembrou que, segundo dados do Censo 2010, mais de 50% da população brasileira se declara negra. "(Os africanos) trouxeram para cada uma de nossas nações a sua contribuição. Temos, portanto, essa relação (com países da África), que tem que ser cada vez mais forte. Estamos olhando para a raiz da nossa cultura", afirmou, no discurso de abertura da reunião.

Os presidentes do Uruguai, José Mojica; de Cabo Verde, José Carlos Fonseca; da República da Guiné, Alpha Condé; o primeiro-ministro de São Vicente e Grandinas, Ralph Gonsalves; e o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón; participaram do encontro, no Palácio Rio Branco. As autoridades almoçaram no Hotel Convento do Carmo, no centro de Salvador. O cantor Gilberto Gil e a ministra da Cultura do Peru, Susana Baca, fizeram uma apresentação musical após o almoço.

Ainda na tarde de ontem, Dilma participou de encontros bilaterais com os chefes de Estado. A presidente voltou no fim da tarde para Brasília.