Título: PF investiga ação de pistoleiros em MS
Autor: Decat, Erich
Fonte: Correio Braziliense, 20/11/2011, Política, p. 10

Corpo de líder assassinado pode ter sido levado para o Paraguai

A Polícia Federal encaminhou ontem para a região de Amambai (MS) agentes para darem início à investigação sobre o assassinato do líder indígena Nísio Gomes. Até o meio da tarde, o corpo de Gomes não tinha sido encontrado. Ele foi executado na manhã de sexta-feira por 40 pistoleiros na comunidade Kaiowá Guarani. Após ser alvejado na cabeça, peito e braços, o corpo dele foi "jogado" na caçamba de uma camionete. Com ele, os capangas levaram duas adolescentes e uma criança de 5 anos de idade. As três também estão desaparecidas.

Apesar da atuação da PF, representantes de entidades indígenas da região disseram ao Correio que o clima é de apreensão. "Há muita revolta pela covardia e pela certeza de impunidade. Os indígenas se sentem desprotegidos", ressaltou o representante do Conselho Indígena Missionário, Egon Heck, que foi ao local. Segundo ele, há a possibilidade de o corpo ter sido levado para o Paraguai, que faz fronteira com a comunidade indígena. "Não descartamos essa ideia, o que dificulta ainda mais a busca", avaliou o missionário.

O conflito na área deve-se a uma disputa por terras que ficam à beira da Rodovia MS-386. Os indígenas ocuparam há duas semanas o lugar sob a alegação de que se trata de uma área que pertencia aos seus antepassados.