Valor econômico, v. 17, n. 4161, 27/12/2016. Brasil, p. A2

Ministro prevê aumento de casos de chikungunya

 

Cristiane Bonfanti


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que a expectativa é de alta nos casos de chikungunya e de estabilidade nos registros de dengue e zika em 2017. Ele reconheceu que o combate ao mosquito Aedes aegypti é um dos principais desafios da saúde e lembrou que há uma licitação em andamento para compra de repelentes, destinados a gestantes cadastradas no programa Bolsa Família.

Segundo o ministério, até 10 de dezembro, foram registrados 1,487 milhão de casos de dengue no Brasil, queda de 9,1% em relação a 2015. No caso da febre chikungunya, foram 263.598 casos até a data - 627% a mais que em 2015. Foram registrados 211.770 casos prováveis de zika no período. Barros preferiu não estimar a ampliação no número de registros de chikungunya em 2017, mas disse esperar que a alta seja menor que a observada em 2016.

Além do combate ao mosquito, Barros citou a necessidade de se realizar uma ação articulada para reduzir acidentes de trânsito e tratar doenças cardiovasculares e crônicas no país.

O ministro reconheceu que a distribuição gratuita de repelente a grávidas do programa Bolsa Família já deveria ter começado e atribuiu o atraso à burocracia no país. A previsão é que 484 mil gestantes sejam atendidas.

O ministro comentou o avanço das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti durante entrevista sobre o balanço de gestão de seus 200 dias à frente do Ministério da Saúde. Barros anunciou que o órgão vai liberar R$ 962,3 milhões, nos próximos 12 meses, para funcionamento de mais 1.966 serviços na rede pública de saúde. Segundo o ministério, os serviços serão permanentes e garantem "o atendimento da população em unidades que estavam em atividade sem contrapartida federal, sobrecarregando Estados e municípios".

Segundo Barros, nesses 200 dias de trabalho, o Ministério da Saúde alcançou uma economia total de R$ 1,9 bilhão. "Com esses recursos economizados, estamos credenciando mais de 1.966 serviços de saúde", disse o ministro. "Foram recursos revertidos para atendimento ao cidadão", complementou o ministro.

Do total de novos serviços, 536 são destinados ao setor de saúde bucal, 421 à rede de atenção às urgências e emergências e 303 à rede de atenção psicossocial. A lista inclui ainda áreas como oncologia, residência médica, saúde do trabalhador e serviço especializado em alta complexidade, entre outras. De acordo com o ministério, os novos recursos beneficiam 1.057 municípios.