O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem entender que, juridicamente, está em condições de disputar a reeleição para o cargo, mas que ainda não decidiu se tenta a recondução por avaliar as condições políticas - se terá votos suficientes. Essa decisão, disse, ocorrerá em janeiro - a eleição é dia 1º de fevereiro.

"Do ponto de vista jurídico, é questão superada. Falta a decisão política, que estamos avaliando. O [senador] Garibaldi [Alves, do PMDB-RN] planejava disputar a reeleição em 2009 [para a presidência do Senado] e desistiu no momento que o ex-presidente [José] Sarney resolveu ser candidato. Faltavam votos a ele, é essa avaliação que estou fazendo", disse Maia.

A Constituição veda expressamente a recondução dos eleitos para mandatos de dois anos. Maia argumenta que, por exercer um mandato-tampão, de sete meses, não está afetado por essa vedação. O Solidariedade, que apoia o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), na disputa, entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a manobra, mas o processo só será julgado após o recesso do Judiciário.

Maia, que fez um compromisso nos sete meses de mandato como presidente da Câmara de não pautar aumentos de impostos, evitou comentar se a promessa valeria caso reeleito para o cargo. "Eu, como deputado federal, não votarei nenhum aumento de imposto. Não posso falar como presidente, nem sei se serei candidato", disse.