Valor econômico, v. 17, n. 4156, 20/12/2016. Brasil, p. A3

Expectativa é de crescimento no 1º tri, diz Meirelles

 

Rodrigo Polito

 

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem que a expectativa do governo é de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) já a partir do primeiro trimestre de 2017. "Em relação ao PIB, também há um processo em que está cada vez mais claro que a retomada da economia brasileira ocorrerá. Nossa expectativa é que o Brasil já esteja trabalhando com crescimento no primeiro trimestre de 2017", disse.

"Agora, o crescimento médio do ano está, de fato, em um patamar baixo, e o mercado está revisando isso [a projeção para 2017] um pouquinho para baixo. Mas isso é muito em função desta queda pronunciada do PIB este ano", completou o ministro. O ministro ponderou que o crescimento da atividade em 2017 se iniciará a partir de uma base mais baixa por conta da forte queda deste ano.

Para Meirelles, a revisão das previsões de crescimento econômico é um processo normal, porque a crise herdada pelo país "é enorme". "Agora, se comparamos o último trimestre de 2017 com o último de 2016, nós já estamos prevendo mais de 2% de crescimento, no quarto trimestre contra quarto trimestre", disse

Meirelles afirmou ontem que a melhora nas expectativas de inflação é resultado das medidas de ajuste fiscal do governo e também do trabalho do BC. "Estamos em um processo de convergência da expectativa de inflação para a meta. Isso está dentro do esperado", disse, após participar de solenidade na Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro.

Questionado sobre as medidas em estudo pelo Banco Central, Meirelles disse que a instituição "tem sua própria agenda". Quanto a novas medidas da Fazenda, Meirelles disse que "a única medida que deve ser anunciada nos próximos dias é a complementação daquilo que foi anunciado na quinta-feira", referindo-se ao pacote de medidas microeconômicas para elevar a produtividade. Essa complementação deve ser anunciada antes do fim do ano.

Sobre o eventual impacto na economia do avanço das investigações da Operação Lava-Jato, a partir das delações de executivos da Odebrecht, ele voltou a afirmar que isso não afetará o ritmo de recuperação da economia, baseada na aprovação das medidas de ajuste econômico no Congresso. " Independentemente de questões judiciais e que envolvam pessoas ou problemas políticos, a agenda de ajuste econômico continua seguindo normalmente. Isso que temos que focar porque a economia brasileira precisa voltar a crescer. E isso é interesse da população".