Título: Por Jader Barbalho, PMDB critica o STF
Autor: Rothenburg, Denise
Fonte: Correio Braziliense, 24/11/2011, Política, p. 4
Depois de ver dois de seus senadores perderem o mandato porque o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a Lei da Ficha Limpa não valeu para 2010, o PMDB decidiu ir à luta para tentar garantir as posses de Jader Barbalho (PA) e de Marcelo Miranda (TO). Jader acusou o STF de atuar politicamente no seu caso. Ele e Miranda foram vitoriosos em 2010, mas, enquadrados pela Lei da Ficha Limpa, ficaram fora do Senado. No caso de Jader, o partido publicou uma nota oficial pedindo ao STF "tratamento isonômico" aos demais já julgados pelo tribunal, alegando que o órgão feriu a "jurisprudência consolidada naquela Egrégia Suprema Corte".
O texto diz que, em 23 de março, o STF decidiu que a Lei da Ficha Limpa não se aplicava às eleições de 2010. Até agora, o Supremo entendeu que Cássio Cunha Lima (PB) e João Capiberibe (AP) devem ser empossados, mas não concluiu o julgamento do caso de Jader, que renunciou ao mandato em 2001 e, por isso, terminou enquadrado na Lei da Ficha Limpa. "Está transformado num episódio de natureza política. Se os demais casos foram liberados, por que seguram a minha (posse)? Querem chamar alguém que não foi eleito. É um absurdo que clama aos céus. Se não valeu para os outros, quer dizer que é uma lei exclusiva para Jader?", reclamou Barbalho.
A reunião da Executiva Nacional do PMDB que aprovou o texto foi praticamente um ato de solidariedade a Jader. Lá estava toda a cúpula do partido, a começar pelo presidente do Senado, José Sarney (AP); a vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (ES); os líderes do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN); além do presidente da sigla, senador Valdir Raupp (RO). "Tiraram dois dos nossos, Gilvam Borges (AP) e Wilson Santiago (PB), e não julgam os do PMDB. É para acabar com o PMDB", reclamou o ex-senador Wellington Salgado.