Valor econômico, v. 17, n. 4151, 13/12/2016. Política, p. A10

Alckmin diz que sua vida é 'pautada pela honestidade'

 

Fernando Taquari

 

O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), negou ontem qualquer tipo de irregularidade na arrecadação de recursos de suas campanhas ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 e 2014. O tucano afirmou que tem quase 40 anos de vida pública "pautada pela honestidade".

A declaração é uma resposta à reportagem do jornal "Folha de S. Paulo", que na sexta-feira divulgou que executivos da Odebrecht teriam delatado na Operação Lava-Jato que R$ 2 milhões em dinheiro vivo foram repassados às duas últimas campanhas de Alckmin por meio de caixa dois. De acordo com a reportagem, o secretário de Planejamento, Marcos Monteiro, e o cunhado do governador, Adhemar Ribeiro, atuariam como intermediadores. "Queria deixar claro uma coisa: tenho quase 40 anos de vida pública pautada pela honestidade, trabalho e muita dedicação. As campanhas eleitorais estão rigorosamente dentro da lei, devidamente registradas e aprovadas", disse Alckmin depois de participar de cerimônia no Palácio dos Bandeirantes de lançamento de obras de restauro do Museu da Língua Portuguesa, em parceria com a Fundação Roberto Marinho e empresas privadas.

O tucano também defendeu a Lava-Jato e a continuidade das investigações, mas afirmou que as delações e os desdobramentos da operação não devem tirar o governo federal do foco na economia.

A Odebrecht não fez doações eleitorais às campanhas de Alckmin de 2010 e 2014, de acordo com a prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Consta nos dados do TSE apenas a doação da Braskem, braço petroquímico do grupo, ao diretório estadual do PSDB em 2010.