Valor econômico, v. 17, n. 4148, 08/12/2016. Brasil, p. A4

Raimundo Carreiro é eleito para presidência do TCU

Por: Por Murillo Camarotto

Por Murillo Camarotto | De Brasília

 

O ministro Raimundo Carreiro foi eleito ontem presidente do Tribunal de Contas da União (TCU). Atual vice-presidente, ele comandará o órgão durante o exercício de 2017 e deverá renovar o mandato para o ano seguinte, como é praxe na instituição. O novo vice-presidente será José Múcio, também eleito por unanimidade. Pela sistemática das eleições do TCU, Múcio será o sucessor de Carreiro na presidência.

Indicado pelo Senado, onde trabalhou por quase 40 anos, Carreiro chegou ao TCU em março de 2007 e é considerado afilhado político do ex-presidente José Sarney (PMDB-MA). Seu nome já apareceu em algumas polêmicas, como na mudança de sua data de nascimento, que permitiu que ele pudesse chegar à presidência do tribunal antes da aposentadoria compulsória, que na época deveria acontecer ao atingir os 70 anos de idade.

O ministro também apareceu como personagem na Operação Lava-Jato, quando o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, disse ter entendido que pagamentos feitos por ele ao advogado Thiago Cedraz - filho do atual presidente do TCU, Aroldo Cedraz - teriam Carreiro como destinatário.

Pessoa diz ter pago para obter decisão favorável do TCU sobre a participação de sua empresa nas obras da usina nuclear de Angra 3. Carreiro nega as acusações. Ele assume oficialmente a presidência do órgão na próxima semana.

Além de Carreiro, outro ministro do TCU envolvido nas investigações da Operação Lava-Jato é Vital do Rêgo. Nesta semana, ele foi alvo de busca e apreensão, sob a suspeita de ter recebido dinheiro para interferir na CPI da Petrobras, da qual foi presidente.

Ontem, a Associação Nacional do Ministério Público de Contas divulgou uma nota sugerindo que Vital deixe de relatar processos que envolvem a estatal. A entidade vê riscos à credibilidade dos julgamentos do tribunal. Vital nega as acusações e diz que as apurações vão comprovar que ele não tem relação com os fatos.