Título: Ritmo cai na China
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Fonte: Correio Braziliense, 24/11/2011, Economia, p. 19

Pequim — Em novembro, o setor industrial da China teve a maior queda em 32 meses, em meio a sinais de fraqueza econômica interna, mostrou um indicador preliminar do Banco HSBC. Os resultados do Índice Gerentes de Compra reavivaram os temores de que o país pode ter que enfrentar uma desaceleração mais forte da economia, o que aumenta os riscos de uma recessão global. O indicador caiu de 51 pontos em outubro para 48, refletindo a fraqueza na produção e nas encomendas, ainda que os pedidos de exportação tenham continuado em expansão.

O número, o primeira sobre a atividade industrial chinesa no mês, foi o menor desde março de 2009 e sugere que o setor fabril recuou no mês. A marca de 50 separa expansão de contração. O indicador trouxe mais nervosismo aos investidores, já preocupados com a crise na Zona do Euro e com a revisão para baixa do crescimento dos Estados Unidos. Com o desempenho em baixa, sobem as perspectivas de que o governo chinês adote novas medidas de apoio ao crescimento, adiando um pouco o combate à inflação.

"Eles não vão querer que essa queda industrial vá longe demais", disse Tim Condon, diretor de Pesquisa do Banco ING, em Cingapura. "Eu não tenho certeza se o indicador é um ponto de inflexão, mas acho que reforça essa evidência." A equipe econômica chinesa já anunciou algumas medidas específicas voltadas para as pequenas empresas, no intuito de dar suporte à economia.

O HSBC disse que a evidência de uma queda acentuada na pressão inflacionária significa que o governo tem espaço para medidas mais seletivas, se necessário. "Não há necessidade de pânico", afirmou Qu Hongbin, economista do banco. "A redução da inflação fornece espaço para mais medidas de flexibilização, o que pode manter a China no caminho de um pouso suave." O ritmo de expansão trimestral caiu de 9,7% para 9,1%.