Título: Euro terá que mudar
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Fonte: Correio Braziliense, 24/11/2011, Economia, p. 20

Londres — É improvável que a Zona do Euro sobreviva à crise de dívida soberana no formato atual, de acordo com a maioria dos economistas e ex-formuladores de política consultados pela Reuters. Catorze de 20 reconhecidos acadêmicos, ex-políticos e pensadores independentes consultados ao longo dos últimos dez dias concordaram que a configuração do bloco vai mudar.

A ideia de um novo "núcleo" da Zona do Euro, com menos países-membros, recebeu apoio de dez economistas como uma possível solução, com sete deles dizendo que a Grécia deveria ser excluída da união monetária.

Seis dos entrevistados esperam que o bloco sobreviva como é hoje, ressaltando que os líderes europeus ainda precisam definir medidas para resolver a crise, que está sufocando os meios de financiamento para Itália e Espanha, terceira e quarta maiores economias da região.

"A Zona do Euro pode e deve sobreviver, mas não vai sobreviver com a trajetória atual", disse o diretor do Earth Institute da Universidade Columbia, Jeffrey Sachs, em Nova York.

Um tema recorrente na discussão é o de que, para resolver a crise, o Banco Central Europeu (BCE) deverá tornar-se credor de última instância ou comprar grandes quantidades de títulos de governos que enfrentam problemas de financiam

Última chance para a Grécia Relatório divulgado ontem pelo banco central da Grécia afirmou que o país está diante de uma "última chance" para permanecer na Zona do Euro, e afirmou que o governo precisa fazer um "esforço total" para evitar sair da união monetária. "O acordo de resgate aprovado no final de outubro pode ser a "última oportunidade" dada à Grécia", afirma a autoridade monetária do país. O BC pediu que o novo governo de coalizão restaure a confiança e as finanças públicas, além de estimular o crescimento. "Há dois objetivos nacionais que nós precisamos perseguir a todo custo: primeiro, gerar superavits primários, segundo, acelerar a recuperação", afirma o documento. O plano de resgate aprovado em 26 de outubro exige duras medidas de austeridade em troca de um socorro financeiro que inclui o perdão de metade da dívida com os credores privados.