Título: O fim está próximo?
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 26/11/2011, Economia, p. 18

"A queda da Itália provocará, inevitavelmente, o fim do euro." Este foi o diagnóstico dado por Sarkozy e Angela Merkel na reunião com Morio Monti na semana passada. Tamanho alarmismo, no entanto, foi contestado pelo comissário europeu de assuntos econômicos e monetários, Olli Rehn. Ontem, ele veio a público dizer que, decididamente, não vê um desfecho trágico e que a participação da Itália é crucial para a moeda única e para a União Europeia.

Rehn, ao sair de uma conversa de duas horas com Monti, participou de uma coletiva de imprensa na qual ressaltou que a Itália pode superar a crise, já que as bases de sua economia são sólidas, explicou. "A Itália está cheia de talento e dinamismo", ressaltou.

O funcionário da UE informou que "vê positivamente" o programa de medidas do novo executivo e que apoia as prioridades do governo presidido pelo tecnocrata Monti: consolidação fiscal e crescimento econômico. "É preciso oferecer mais postos de trabalho para os jovens, mais perspectivas de trabalho. O país não tem necessidade apenas de consolidação financeira", acrescentou.

Para Rehn, é necessário que o governo conte com "um forte mandato para implementar as reformas — isso é urgente". "Estamos muito felizes que a Itália tenha de novo um papel na Europa. A Itália precisa da Europa e a Europa precisa, por sua vez, de uma Itália forte, porque a Itália é, além de tudo, uma das fundadoras da União Europeia e da moeda única", destacou. "Estou certo de que a Itália fará o que tem que ser feito para acalmar os mercados e realizar as reformas necessárias", concluiu.