Título: Nervos à flor da pele
Autor: Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 26/11/2011, Economia, p. 16

Paris — As crescentes preocupações sobre a crise da dívida nos Estados Unidos e na Europa, os sinais preocupantes sobre o crescimento chinês e as advertências lançadas recentemente pelas agências classificadoras têm colocado à prova os nervos dos investidores nestas últimas sessões e gerado dúvidas sobre os rumos da economia mundial.

Na Zona do Euro, a tradicional reunião entre França e Alemanha — celebrada na quinta-feira na cidade francesa de Estrasburgo — para a qual foi convidado o novo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, não serviu para que a chanceler alemã, Angela Merkel, cedesse às pressões de Nicolas Sarkozy sobre o papel do Banco Central Europeu (BCE) na crise da dívida, o que trouxe quedas para os mercados, que esperam uma participação mais ativa do BCE na gestão da crise.

Nos Estados Unidos, por sua vez, a "supercomissão" de democratas e republicanos do Congresso foi incapaz de alcançar um acordo para reduzir a dívida pública, que superou recentemente os 15 trilhões de dólares. As incertezas políticas ante a crise deixaram o terreno livre para as agências classificadoras, que lançaram numerosas advertências aos países afetados.

Unasul se protege Para se proteger da crise europeia, que ameaça reduzir o crescimento da China, comprados chave de suas matérias primas, ministros de Economia da Unasul, bloco que reúne países sul-americanos, decidiram proteger as reservas, que alcançam US$ 600 bilhões; fortalecer o Fundo Latino-Americano de Reservas (FLAR) para que se torne mais robusto no caso de uma emergência; e aumentar as trocas comerciais em moedas locais, como fazem Brasil e Argentina. A reunião foi em Buenos Aires.