O Estado de São Paulo, n. 44975, 06/12/2016. Política/Coluna, p. A4
Viana já defendeu que Lula desacatasse Moro
 
Andreza Matais
Marcelo de Moraes
 

Presidente do Senado até segunda ordem, Jorge Viana (PT-AC) é politicamente afinado com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afastado ontem do cargo. Embora em lados opostos, Viana era um habitué do gabinete de Renan. Um dos pontos em comum é a disposição de enfrentar o Poder Judiciário. Em março, Viana teve uma conversa com Roberto Teixeira, advogado de Lula, flagrada pela Lava Jato. O senador defendeu que o ex-presidente deveria “desacatar” o juiz Sérgio Moro para gerar comoção e se transformar em um “preso político”.

 

Conselho. Na conversa, Viana sugere a Lula convocar a imprensa para mandar um recado a Sérgio Moro dizendo que ele “tá agindo fora da lei, os promotores estão agindo fora da lei e quem age assim é bandido”.

 

Cabalístico. O ex-deputado Eduardo Cunha foi afastado pelo STF da presidência da Câmara no dia 5 de maio. Renan Calheiros, no dia 5 de dezembro.

 

Já era. Jorge Viana votou contra a PEC do Teto dos Gastos no plenário do Senado e pediu que sua posição constasse em ata. Com o afastamento de Renan Calheiros, caberá a ele a decisão de colocar a votação em segundo turno.

 

Diagnóstico. Análise que o Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, publica hoje mostra que, desde o início da recessão, apenas dois setores escaparam da queda: as exportações e a indústria extrativa mineral.

 

Ladeira abaixo. Todo o restante caiu, com destaque para os investimentos, que têm baixa acumulada de 27%.

 

Palco. Empresários não estão animados com o envio da Reforma da Previdência para o Congresso. Veem na ação um mero jogo de cena do Palácio do Planalto, por não acreditarem que o Congresso vá avançar na votação da proposta.

 

Plantão médico. Em sete meses de governo, cinco auxiliares de Michel Temer passaram mal no Planalto. Depois de Eliseu Padilha, Tadeu Filippelli também teve pico de pressão.

 

Força. Ministros do TCU deram apoio para Vital do Rêgo, alvo da Lava Jato.

 

Pegou fogo. A entrevista do deputado estadual Pedro Tobias à Coluna, criticando a atuação da Assembleia Legislativa de São Paulo, irritou seus colegas.

 

Veja bem. O experiente deputado Campos Machado (PTB) afirmou que Tobias prestou “desserviço à Assembleia”. O líder da bancada petista, Zico Prado, criticou o tucano, que preside o partido em São Paulo: “Tem muitos debates que o próprio PSDB não deixa acontecer”, diz.

 

CLICK. O governador de Goiás, Marconi Perillo, faz exercícios e mostra elasticidade ao lado da esposa, Valéria. Na internet, avisa: “Correr faz bem para a saúde”.

 

Quarentena. O ex-ministro Geddel Vieira Lima tem direito a pedir quarentena à Comissão de Ética Pública e receber R$ 33,7 mil durante seis meses, sem trabalhar. Ele ainda não decidiu.

 

Só pra ele. Algoz de Geddel, o ex-ministro Marcelo Calero, que é diplomata, não tem essa prerrogativa.

 

(...)

 

PRONTO, FALEI!

RANDOLFE RODRIGUES

SENADOR (REDE-AP)

Em relação ao afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado: “A pauta deve ser suspensa. Devemos construir uma agenda que siga a vontade das ruas”.