O Estado de São Paulo, n. 44986, 17/12/2016. Política, p. A11

Avaliação negativa do governo atinge 46%

Levantamento CNI-Ibope aponta alta de sete pontos em índice de ruim ou péssimo
Por: Igor Gadelha

 

Igor Gadelha / BRASÍLIA

Pesquisa CNI-Ibope divulgada ontem mostra que a avaliação ruim ou péssima do governo do presidente Michel Temer (PMDB) aumentou de 39%, em setembro, para 46% em dezembro, maior porcentual desde que assumiu o poder interinamente, em maio deste ano.

Segundo o levantamento, no mesmo período, o índice dos que avaliam o governo como regular oscilou de 34% para 35% e o dos que veem a administração Temer como ótima ou boa passou de 14% para 13%.

A aprovação pessoal do presidente também piorou. Em dezembro, 64% dos entrevistados disseram desaprovar a maneira de Temer de governar. Em setembro, esse porcentual era de 55%. Conforme a pesquisa, esse aumento de nove pontos se deve à oscilação negativa dos que aprovam o jeito do presidente de administrar o País (de 28% para 26%) e, principalmente, pela diminuição dos que não sabem ou não responderam (de 17% para 10%).

O levantamento mostra que a confiança da população no presidente também diminuiu. De setembro para dezembro, o porcentual dos entrevistados que disseram confiar em Temer caiu de 26% para 23%. Ao mesmo tempo, aumentou de 68% para 72% os que não confiam no presidente. Os que não sabem ou não responderam essa questão representaram 5%.

A perspectiva para o governo Temer também piorou. Aqueles que acreditam que a perspectiva é ruim ou péssima aumentaram de 38% para 43% entre setembro e dezembro, enquanto os que preveem que o governo será ótimo ou bom diminuíram de 24% para 18%. A pesquisa mostra ainda que cresceu o número de entrevistados que acreditam que o governo Temer é pior do que a administração da presidente cassada Dilma Rousseff (de 31% para 34%).

Encomendada pela CNI, a pesquisa Ibope foi realizada de 1.º a 4 de dezembro, portanto, antes do vazamento da delação premiada de ex-diretor da Odebrecht, em que cita Temer e ministros do governo. O levantamento ouviu 2.002 pessoas em 141 municípios. A margem de erro é de 2 pontos e o nível de confiança, 95%.