Título: Redução de grávidas
Autor: Leite, Larissa
Fonte: Correio Braziliense, 01/12/2011, Brasil, p. 8

A Unicef avaliou 10 indicadores que afetam os adolescentes. Desses, oito registraram avanços; um, retrocesso (o de extrema pobreza); e outro — a violência — manteve-se estável. Entre as melhorias está a redução do percentual de adolescentes que já tiveram filhos, de 3,1% em 2004 para 2,8% em 2009. Uma observação mais criteriosa dos dados, no entanto, revela que, entre as meninas de até 15 anos, a taxa de fecundidade vem crescendo. Em 2004, a taxa era de 8,6 nascidos vivos para cada grupo de mil adolescentes. Cinco anos depois, essa taxa subiu para 9,6. As meninas mães compõem um dos quatro grupos que merecem atenção especial das políticas públicas brasileiras, segundo o Unicef. Os outros são: adolescentes vítimas de exploração sexual, adolescentes chefes de família, e meninos e meninas que vivem nas ruas.

Para o estudioso Vicente Faleiros, PhD em sociologia e coordenador-geral do Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (Cecria), esse público prioritário demanda políticas multifacetadas, já que os problemas que os atingem podem ter a mesma origem. "É preciso fazer uma urgente prevenção ao uso ilícito de drogas. Essa é uma questão de saúde pública, de segurança pública, de educação pública. Não adianta, por exemplo, apenas recolher as crianças das ruas. É preciso desarticular a rede do tráfico de drogas", comenta. "Também é necessária uma educação para a sexualidade, que ainda não é um objeto de discussão. Os adolescentes têm muitos estímulos e não são orientados suficientemente", completa. (LL)