O Estado de São Paulo, n. 45034, 03/02/2017. Política, p. A7
Citado na Lava Jato, Moreira vira ministro
Tânia Monteiro
O presidente Michel Temer concedeu ontem status de ministro a Moreira Franco, atual secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que é um dos citados em delações na Operação Lava Jato. Para abrigar o aliado, o presidente recriou a Secretaria-Geral da Presidência da República. Ao virar ministro, Moreira Franco (PMDB) ganha foro privilegiado e, caso passe a responder a processo, deverá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A Secretaria-Geral terá sob sua responsabilidade, além do PPI, a Secretaria de Comunicação, a de Administração e o cerimonial da Presidência. Segundo o porta-voz do Planalto, Alexandre Parola, “suas tarefas estarão voltadas para dar apoio e conferir maior agilidade ao funcionamento do Planalto”.
Além da Secretaria-Geral, também foi recriada a pasta dos Direitos Humanos, extinta após o impeachment de Dilma Rousseff.
Com isso, o número de ministérios de Temer passa de 26 para 28 pastas.
Também houve uma reestruturação no Ministério d a Justiça.
Neste caso, Temer deu força política a Alexandre de Moraes, que é do PSDB e até então estava cotado para ocupar a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, fica praticamente descartada a possibilidade de ser indicado para a Corte. Em meio à crise penitenciária, com mais de 100 presos mortos neste ano, a pasta passa a se chamar Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
A mudança também atende a pedido da chamada “bancada da bala” no Congresso.
Mulher. Temer nomeou a desembargadora Luislinda Valois para o novo Ministério dos Direitos Humanos. A pasta havia sido extinta pelo presidente com a justificativa de reduzir gastos. Na Secretaria de Governo, responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso. foi oficializado ontem a ida do líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA). A posse dos novos ministros será hoje, às 11h.