Título: Pão e massa mais baratos
Autor: Caprioli, Gabriel; Dinardo, Ana Carolina
Fonte: Correio Braziliense, 02/12/2011, Economia, p. 10
Presentes em praticamente todas as mesas brasileiras, o pãozinho francês e as massas alimentícias tiveram atenção especial no pacote de medidas tributárias anunciadas ontem pelo governo. Diferentemente dos demais produtos desonerados, a preocupação maior do Ministério da Fazenda ao zerar a alíquota das massas e manter até o fim de 2012 a isenção para a farinha de trigo e o pão comum não é com o destravamento do crédito, mas com a inflação. A prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de novembro, divulgada na semana passada, chamou atenção para o grupo dos alimentos, que voltou a avançar de 0,52% para 0,77%.
No caso da indústria de massas, a queda nos preços deve chegar a 6%, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Massas Alimentícias, que também representa os segmentos de pães e bolos. O presidente da instituição, Cláudio Zanão, aplaudiu a medida, mas destacou que os impactos serão sentidos com mais força a partir do ano que vem. "Em nosso entendimento, o benefício faz todo sentido porque o macarrão é um dos itens da cesta básica do brasileiro, assim como o arroz e o feijão, que já são desonerados", lembrou.
Satisfação O comerciante Carmelo Rosa, 50 anos, comemorou a decisão do governo. "Lá em casa, o pão é essencial. Comemos 15 unidades por dia, no mínimo. Já acho o preço acessível, mas se baixar, com certeza será um alívio para o bolso", disse. Ele é dono de uma pastelaria e reclama da escalada do valor cobrado pela farinha de trigo. "No último mês, o item deve ter aumentado em torno de 30%. É um absurdo. Fico feliz em saber que esse valor pode ser reduzido", observou.
A advogada Raquel Borges, 26 anos, também ficou satisfeita com a notícia. "Consumo muita massa, pelo menos duas vezes por semana. No geral, as coisas estão muito caras e subindo cada vez mais. Se há expectativa de queda para um grupo, já é lucro para o consumidor", opinou. Ela tem acompanhado a evolução dos preços e estimou que o macarrão subiu em torno de 50% nos últimos meses. "Nesse ritmo, meu orçamento não suporta." (GC)