Força-tarefa domina presídio de Alcaçuz

28/01/2017

 

 

Agentes penitenciários do Grupo de Operações Especiais (GOE) e homens da força-tarefa penitenciária enviada pelo Ministério da Justiça entraram, na manhã de ontem, na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta (RN). A ação, denominada de Operação Phoenix pretende retomar o controle e restabelecer a ordem na unidade prisional. As forças de segurança reassumiram os pavilhões 4 e 5, onde hoje estão encarcerados os presos do Primeiro Comando da Capital (PCC).


Durante a operação nos dois pavilhões, foram encontrados um revólver calibre 38 e munição, cerca de 500 facas artesanais, 44 celulares, tesouras, espetos de ferro e drogas. Os 120 presos que portavam o material ilícito foram autuados em flagrante, informou a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania.

Os 78 homens da Força Nacional Penitenciária chegaram ao Rio Grande do Norte na quarta-feira e a ação de ontem foi a primeira atuação do grupo, que deve permanecer no estado por, no mínimo, 30 dias. A intenção é a retomada do controle de Alcaçuz pelo Estado, além da reforma das instalações e a construção de um muro de 90 metros para separar as facções rivais, formadas por presos do PCC e do Sindicato do Crime do RN.

Desde o início da semana, os detentos dos pavilhões 1, 2 e 3  estão controlados e tiveram início as reformas das estruturas destruídas a partir da rebelião do dia 14 deste mês, quando 26 detentos foram assassinados e outros 56 fugiram, quatro acabaram recapturados.

Roraima
Também na manhã de ontem, as Forças Armadas deram início ao trabalho de varredura nas celas e na área administrativa da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR). O estado da região Norte é o primeiro a receber as tropas das Forças Armadas. A penitenciária foi palco de um massacre de mais de 30 presos em 6 de janeiro.

Os militares usam detectores de metal nas celas e na área administrativa. Equipamentos mais sofisticados empregados na Olimpíada e na Copa do Mundo também serão utilizados, inclusive os que detectam armas dentro de paredes e enterradas no chão. O trabalho das Forças Armadas nos presídios terá como base as operações deste tipo feitas no Recife, em março de 2015, quando equipamentos do Exército rastrearam  bombas, minas terrestres e metais, no presídio Frei Damião de Bozzano, que faz parte do Complexo do Curado, na Zona Oeste da capital pernambucana. 

A ação do Exército é feita sem contato com os presos. O trabalho é realizado em conjunto com forças locais do sistema carcerário e com a Polícia Militar. Além de Roraima, outra quatro unidades da Federação pediram auxílio ao governo federal para ajudar na varredura das celas e instalações: Amazonas, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Rio Grande do Norte.


78 homens
da Força Nacional Penitenciária devem permanecer no  RN por, no mínimo, 30 dias

 

 

Correio braziliense, n. 19604, 28/01/2017. Brasil, p. 6.