Título: Caciques voltam à lista do Diap
Autor: Amado, Guilherme
Fonte: Correio Braziliense, 03/12/2011, Política, p. 10/11

A lista dos dez parlamentares mais influentes do Congresso Nacional deste ano é marcada pelo surgimento de novos nomes e o retorno de caciques ofuscados em anos anteriores por escândalos. Segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), é hoje o mais influente.

Ele é seguido pelo líder do governo na Casa, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Esse ranking foi definido por 65 parlamentares que foram escolhidos entre os 100 mais influentes do Congresso na avaliação do próprio Diap. Desse total votaram 43 deputados e 22 senadores. Marco Maia ficou no topo da lista com 42 votos, sendo 36 de deputados e 6 de senadores.

Vaccarezza retorna ao seleto grupo após ficar de fora no ano passado, ainda que na época ele já ocupasse a liderança. Sarney subiu uma posição em comparação ao ano passado, passando do 4º para o 3º lugar. Uma características comum a eles e a todos os demais escolhidos é o fato de estarem em postos de destaque no Congresso.

"Podemos perceber que na escolha dos parlamentares pesou a força institucional. Em razão do cargo que possuem, eles têm muita visibilidade. No caso do Marco Maia ele detém o poder de influir na agenda da Câmara e tem muito acesso ao governo e a meios de comunicação", ressaltou o coordenador da pesquisa, Antônio Augusto Queiroz, conhecido como Toninho.

A influência do cargo também é percebida com o surgimento de três estreantes na lista, parlamentares que assumiram postos-chave neste ano. Em 8º, 9º e 10º lugares estão, respectivamente, o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), e os líderes do PSDB e PT na Câmara Duarte Nogueira (SP) e Paulo Teixeira (SP). Empatado na 6ª posição com o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), aparece o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que desde 2007 não constava da lista.

O desaparecimento do alagoano coincide com o período em que deixou o cargo de presidente do Senado após uma série de denúncias de irregulariedades. Fora do posto, ele submergiu, preferindo ficar longe dos holofotes e atuando apenas nos bastidores. A lista demonstra ainda certo equilíbro entre os representantes da base aliada do governo e da oposição. "É verdade que a oposição tem apenas três parlamentares na lista, mas devemos considerar a proporcionalidade do tamanho da bancada", explicou Toninho. O levantamento foi realizado entre os dias 26 de outubro e 1º de dezembro.

Os 10 mais

Presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS) – 42 votos

Líder do governo a Câmara Cândido Vaccarezza (PT-SP) – 37 votos

Presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP) – 35 votos

Líder do PMDB na Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) – 30 votos

Líder do governo no Senado Romero Jucá (PMDB-RR) – 23 votos

Líder do DEM na Câmara ACM Neto (BA) – 22 votos

Líder do PMDB no Senado Renan Calheiros (AL) – 22 votos

Líder do DEM no Senado Demóstenes Torres (GO) – 21 votos

Líder do PSDB na Câmara Duarte Nogueira (SP) – 20 votos

Líder do PT na Câmara Paulo Teixeira (PT-SP) – 20 votos