Morte e medo na capital capixaba

29/03/2017

 

 

SAÚDE » Morador da Grande Vitória é o 37º caso de óbito por febre amarela no Espírito Santo. Apesar do alerta, suspeita é que o homem de 65 anos tenha se infectado em zona rural. Ministro não descarta importar vacina para imunizar a população

 

 

O número de mortes por febre amarela no Espírito Santo chegou a 37. O último caso divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) foi de um homem de 65 anos, que morava no bairro São João Batista, na zona rural de Cariacica, na Grande Vitória. Este foi o primeiro registro na região metropolitana. A Sesa preferiu não divulgar a identidade da vítima. Além disso, outra morte suspeita, de uma mulher, é investigada.

O caso deixou a população da região com receio. Moradores acreditam que a doença tenha chegado até a região metropolitana, o que era temido pelas autoridades capixabas. Porém, a Sesa não informou o local exato onde o homem foi infectado. Mas, como ele morava em zona rural, a suspeita é de que seja um caso de origem silvestre.

Além de Cariacica, foram registradas novas mortes na região serrana do Estado, em Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá e Colatina. Desde segunda-feira, a Unidade de Saúde de Cariacica passou a contar com mil doses da vacina todos os dias. Mortes pela doença são diagnosticadas nas regiões sul, noroeste e serrana do Espírito Santo desde o dia 30 de janeiro.

 

Doses extras

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse que o governo federal está “controlando bem” a febre amarela no país, mas cogita a importação de vacinas, mesmo tendo distribuído 20 milhões de doses extras. “Estamos controlando bem a febre amarela. Já distribuímos 20 milhões de doses extras de vacina. Estamos com plena capacidade de produção da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Inclusive, se precisar, importaremos vacina. Mas não é o caso”, afirmou o ministro.

A preocupação é de que a febre amarela chegue às áreas urbanas. Segundo Barros, o governo tem combatido e controlado os focos em estados com risco de transmissão, como Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. “Vamos controlando os focos para que não tenhamos a urbanização da febre amarela”, disse.

O ministro fez ainda um apelo para que a população de Estados sem risco de contaminação evite correr aos postos de saúde em busca de imunização. “A população tem que entender que, onde não há risco, não há necessidade de correr para o posto de saúde. Senão, teremos uma campanha de vacinação para cobrir pessoas que não estão em risco”, explicou.

 

 

Correio braziliense, n. 19664, 29/03/2017. Brasil, p. 7.