Título: Golpe discreto no balcão
Autor: Rizzo, Alana
Fonte: Correio Braziliense, 11/12/2011, Política, p. 8/9

Entenda como foi a fraude no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 10ª Região, em Brasília

» Em 2002, uma funcionária pública da Prefeitura de Luziânia, em Goiás, foi cedida ao TRT para atuar como analista.

» Em 2006, ela foi designada para trabalhar na 2ª Vara do Trabalho do tribunal. A funcionária era tida como uma servidora exemplar e foi ganhando a confiança dos colegas. Em pouco tempo, já era responsável pelo balcão de atendimento e pela movimentação dos processos trabalhistas.

» Em 29 de novembro deste ano, uma advogada estranhou uma movimentação em um processo que ela acompanhava. Segundo a advogada, um depósito judicial da 1ª Vara do Trabalho estava sendo movimentado pela 2ª Vara. As informações foram levadas aos juízes das varas, que identificaram o pagamento para o companheiro da servidora. O caso chamou a atenção e os magistrados solicitaram informações ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica Federal. Quando os primeiros dados chegaram ao TRT, os juízes perceberam que estavam diante de um rombo muito maior.

» As primeiras apurações mostravam que a funcionária sacava e transferia os depósitos judiciais para contas pessoais, do companheiro, de irmãos e de amigos.

» Novas solicitações foram encaminhadas aos bancos numa tentativa de medir o tamanho do prejuízo e a quantidade de processos afetados pela fraude. A corregedoria abriu um processo administrativo disciplinar contra a servidora, que foi afastada do cargo, assim como o diretor da 2ª Vara. Os juízes pediram o bloqueio dos bens e das contas bancárias dos suspeitos.

» A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Advocacia- Geral da União foram acionados. A Corregedoria do Tribunal Superior do Trabalho (TST) também foi comunicada da fraude.