Odebrecht: Peru pede prisão de ex-presidente 
08/02/2017
 
 
Alejandro Toledo é acusado de receber US$ 20 milhões de propina da empresa

-SÃO PAULO- A Procuradoria-Geral do Peru pediu ontem a prisão preventiva por 18 meses do ex-presidente Alejandro Toledo, que comandou o país entre julho de 2001 e julho de 2006. Ele é acusado de receber US$ 20 milhões (R$ 62 milhões) de propina da Odebrecht para favorecer a empreiteira na rodovia Interoceânica Sul e é investigado por tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

A Justiça peruana informou que analisa o pedido de prisão. O ex-presidente está na Europa com a mulher e ainda não se manifestou. Na semana passada, ele havia escrito no Facebook que estava pronto para colaborar com a Justiça, mas afirmou que as acusações são uma forma de “vingança”.

Os investigadores do Peru dizem que pelo menos US$ 11 milhões (R$ 34 milhões) de propina da Odebrecht foram encontrados na conta do empresário Josef Maiman, amigo próximo de Toledo e também investigado. O dinheiro teria passado por contas bancárias em paraísos fiscais antes de chegar ao ex-presidente.

O processo teve início após o acordo assinado pela Odebrecht com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Odebrecht e Braskem confessaram ter pago US$ 1 bilhão em propina a 11 países da América Latina e da África, além do Brasil. Na Colômbia, a o Ministério Público informou que parte do suborno pago pela Odebrecht no país teria abastecido a campanha do presidente Juan Manuel dos Santos à reeleição, em 2014.

O globo, n. 30501, 08/02/2017. País, p. 8