Trocas de farpas on-line

22/04/2017

 

 

O relator do projeto de abuso de autoridade no Senado, Roberto Requião (PMDB-PR), e o líder da Rede Sustentabilidade na Casa, Randolfe Rodrigues (AP), bateram boca pelas redes sociais ontem, após divulgação de vídeo postado pelo senador do Amapá contra o relatório da proposta. Na gravação, realizada com a participação dos senadores Cristovam Buarque (PPS-DF) e Reguffe (sem partido-DF), Randolfe afirma que a aprovação do projeto poderá prejudicar as investigações no âmbito da Lava-Jato. “Se for aprovado o substitutivo do senador Requião, estão comprometidas as ações futuras da magistratura, do Ministério Público, do próprio futuro de operações como a Lava-Jato, que têm sido um marco no combate à corrupção neste país”, afirma Randolfe nas imagens postadas em perfil do Twitter.


“Só faltaram colocar no último artigo: essa lei entra em vigor a partir do inicio da Operação Lava-Jato. Não podemos deixar que isso passe”, afirma Cristovam. Já Reguffe faz uma apelo para que a sociedade se mobilize contra a votação da proposta. “Esse projeto de abuso de autoridade mais parece um projeto para proteger algumas autoridades”, afirma o senador.

Após as declarações serem postadas nas redes sociais, Requião e Randolfe deram início ao bate-boca, com o primeiro postando: “Vídeos com jograis, sem conteúdo, oportunistas, desqualificando trabalho sério a favor dos direitos do cidadão. Molecagem!” O senador amapaense respondeu: “Respeite!! Você e seus capangas não me intimidam”.

Pauta da CCJ

O projeto de abuso de autoridade consta na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado da próxima quarta-feira. Caso seja votado, o texto segue para discussão em plenário. O texto abrange os crimes de abuso cometidos por agentes públicos incluindo militares, servidores públicos e pessoas a eles equiparadas, além de integrantes do Ministério Público e dos Poderes Judiciário e Legislativo de todas as esferas da administração pública: federal, estadual, distrital e municipal.

Apesar de ter acatado parcialmente a proposta do procurador-geral da República, Rodrigo Janot,  Requião não aceitou modificar o trecho que trata de supostas interpretações equivocadas da lei, considerado o mais polêmico. Requião avaliou como “inconsistentes” as mudanças propostas pela PGR.

 

 

Correio braziliense, n. 19688, 22/04/2017. Política, p. 4.