Título: Ricos e com pouca gente
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 15/12/2011, Economia, p. 18
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ressaltou que municípios com maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita tinham em comum a baixa concentração populacional. São Francisco do Conde (BA), por exemplo, figura em primeiro lugar, graças à presença em seu território da Refinaria Landulpho Alves, da Petrobras, a segunda maior em capacidade instalada de refino do país (323 mil barris de petróleo por dia). O PIB por habitante da cidade foi de R$ 360.815,83, com uma população local que somava apenas 31.699 pessoas.
Em seguida, Porto Real (RJ), com R$ 215.506,46 e 16.253 habitantes, ganhou esse status graças à força de sua indústria automobilística. Triunfo (RS), sede de um importante polo petroquímico na região metropolitana de Porto Alegre, aparece em terceiro com R$ 211.964,79 e 25.374 habitantes. Caso curioso ocorreu com Confins (MG), que entra na lista de destaques em 2009 por causa da transferência para seu aeroporto da maior parte dos voos do terminal de Pampulha, em Belo Horizonte. Com só 6.072 habitantes, tem um indicador de R$ 187.402,18.
"Ao se observar os maiores valores, a pesquisa revela que são municípios com população pequena e grandes geradores de renda presentes", disse Sheila Cristina Zani, gerente da pesquisa. Apenas nas capitais, Vitória apresentou o maior PIB per capita (R$ 61.790,59), seguida por Brasília (R$ 50.438,46), São Paulo (R$ 35.271,93), Rio de Janeiro (R$ 28.405,95) e Porto Alegre (R$ 26.312,45).
Embora o PIB per capita nacional tenha sido de R$ 16.918 em 2009, o índice de mais da metade dos municípios não chega à metade do valor, batendo em R$ 8.395. Em três quartos, ele é menor que R$ 13.317. Menos de 15% das cidades têm PIB per capita maior do que a média do país. Os 56 municípios de indicador mais fraco registraram valores inferiores a R$ 2.728,79. O menor foi em São Vicente Ferrer (MA), de R$ 1.929,97 e com 20.463 habitantes. (SR)