Temer: "Reprovar a reforma é luta política"

05/05/2017

 

 

CRISE NA REPÚBLICA » Em entrevista ao programa Rede TV News, o presidente afirma que índice de reprovação às mudanças nas regras de aposentadoria é fruto da ausência de questões técnicas no debate

 

 

O presidente Michel Temer concedeu entrevista ao programa RedeTV News na noite de ontem. As reformas propostas pelo Planalto foram o principal tema da conversa. Temer disse que o índice de reprovação às alterações na Previdência é fruto de uma luta política, referindo-se, principalmente, ao PT, partido da ex-presidente Dilma Rousseff e principal opositor das reformulações. “Não estão discutindo tecnicamente, porque, se discutissem, perderiam”, disparou.

Na avaliação do presidente, se a reforma da Previdência não for feita agora, ela será “inevitável daqui a quatro ou cinco anos”, com “sacrifícios para os aposentados e servidores públicos”. Sobre as pesquisas que indicam a rejeição dos brasileiros, o peemedebista mostrou-se crítico ao modo como elas são feitas, afirmando que se fosse questionado, também diria ser contra a reforma. “Agora faça a pergunta de outra maneira: ‘Você é a favor de que muita gente se aposente com menos de 50 anos de idade, ganhando, às vezes, R$ 30, R$ 40 mil?’ A minha resposta seria outra. Então depende do ângulo que você faça a pesquisa”, ponderou.

A outra reforma, a trabalhista, foi o tempo todo chamada por Temer de “modernização”. Ele garantiu que ela não vai retirar direitos dos trabalhadores e contribuirá para a geração de empregos. Um dos principais pontos da reformulação, o que prega que os acordos coletivos vão se sobressair à lei, foi defendido veementemente pelo líder do Executivo. “Não estamos em 1943, quando foi editada a CLT. Hoje, as pessoas que estão nos sindicatos, tanto dos patrões, quanto dos trabalhadores, têm condições para firmar acordos e vontades. Saberão e sabem negociar”, avaliou.

 

 

Correio braziliense, n. 19701, 05/05/2017. Política, p. 4.