Título: Balança é a salvação
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Fonte: Correio Braziliense, 07/12/2011, Economia, p. 11
A balança comercial salvou a atividade econômica de um cenário pior. A alta do dólar e a consequente queda das importações gerou uma contribuição positiva para o Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre e impediu que a economia entrasse no vermelho — um alívio para o governo, que estava de mãos atadas e pouco podia fazer para reverter a situação ruim entre julho e setembro deste ano. Pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as importações recuaram 0,4% no período contra o segundo trimestre, enquanto as exportações avançaram 1,8%.
A despeito do impacto da balança comercial no PIB, essa contribuição não foi forte o suficiente para levar a atividade econômica para o campo positivo. O país acabou registrando crescimento nulo no terceiro trimestre. "Não fosse isso, o PIB teria sido negativo. Essa relação gerou uma contribuição positiva para a economia", observou Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE.
O resultado trimestral revelou que a necessidade de financiamento externo do país caiu, alcançando R$ 19,7 bilhões contra R$ 24,9 bilhões no mesmo período de 2010. Em relação ao PIB, a poupança chegou ao nível de 18,8% contra 20% da taxa de investimento. A renda nacional bruta atingiu pouco mais de R$ 1 trilhão contra R$ 949 bilhões em igual período do ano passado. Nessa mesma base de comparação, a poupança bruta atingiu R$ 196,9 bilhões, contra R$ 188,9 bilhões em 2010. Desde 2008, o país recorre ao financiamento externo para cobrir seus investimentos diretos. (VM)