Manifestantes nas ruas

20/05/2017

 

 

Rio,São Paulo, Salvador e Porto Alegre voltam a registrar protestos, pelo terceiro dia consecutivo, pela saída do presidente Michel Temer. Grupos de esquerda e movimentos sociais convocam,pelas redes sociais, a população para passeatas durante o fim de semana

 

 

Pelo terceiro dia consecutivo, manifestantes se reuniram na parte central de capitais para pedir a saída do presidente Michel Temer, após a divulgação dos conteúdos das delações da JBS, em que o peemedebista é um dos principais citados. Nas maiores cidades do país, como Rio e São Paulo, os protestos se mostraram mais tímidos do que na quinta-feira. Em Salvador, 2 mil pessoas, segundo os organizadores, ocuparam a Praça Castro Alves.No Rio, a manifestação provocou um nó no trânsito no fim da tarde. Cerca de 500 pessoas percorreram o trajeto da Rua do Ouvidor até a Rua da Assembleia, passando pela Avenida Rio Branco. Duas faixas precisaram ser interditadas, segundo o Centro de Operações da Prefeitura da capital fluminense. O protesto terminou de forma pacífica. Em São Paulo, os grupos contra Temer se reuniram no vão do Masp, na Avenida Paulista. Cerca de 1 mil pessoas participaram da manifestação.

Em Salvador, grupos de esquerda e organizações de movimentos sociais realizaram uma passeata pelas ruas do Campo Grande, centro da capital baiana. Com faixas, cartazes, carros de som e instrumentos musicais, os manifestantes pediam a saída de Temer e eleições diretas. Segundo a organização, 2 mil pessoas participaram da manifestação que começou às 16h e terminou às 18h30. A Polícia Militar acompanhou o ato — que ocorreu de forma pacífica — mas não divulgou a estimativa de público do evento. O protesto foi organizado pela Frente Brasil Popular, com apoio de centrais sindicais, como Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Em Porto Alegre, diferentemente do ato de quinta-feira, a mobilização de ontem teve baixa adesão. Os manifestantes não realizaram passeata pelas ruas e avenidas da cidade. O protesto, que começou por volta das 18h, durou aproximadamente uma hora. Durante esse período, os manifestantes utilizaram carro de som para discursar contra Temer e tocar músicas. O grupo disse que o ato é uma “vigília” para uma manifestação maior programada para amanhã, no Parque da Redenção.
Não houve registros de confrontos entre a Brigada Militar (BM) e manifestantes. O ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra (PT) participou do evento.

Domingo
O grupo Vem Pra Rua decidiu, por “motivos de segurança”, cancelar o ato que havia marcado na Avenida Paulista às 14h de amanhã. O protesto pela saída do presidente Michel Temer ocorreria simultaneamente à manifestação convocada no mesmo local por movimentos de esquerda, como a Frente Brasil Popular e o Povo Sem Medo, para pedir uma nova eleição direta para o cargo de presidente — estão previstas a realização de manifestações em todas as capitais durante o fim de semana. A convocação está sendo feito pelas redes sociais.
Segundo o anúncio feito na página do Vem Pra Rua no Facebook no início da tarde de ontem, o adiamento do ato “não significa recuo”.  “Nada abala nossa convicção de que todos, sem exceção e de que partidos forem, devem ser punidos pelos crimes cometidos”, afirma a nota. O texto também diz que o grupo “repudia qualquer movimento em relação a eleições diretas neste momento”. “Tem questões de segurança que não podem ser ignoradas”, disse um dos coordenadores do grupo, Renan Santos.  Ele afirma que a Virada Cultural de São Paulo, com eventos espalhados por diferentes regiões da cidade, afeta o efetivo da Polícia Militar, que poderia ser deslocado para acompanhar uma eventual manifestação na Paulista.


"Nada abala nossa convicção de que todos, sem exceção e de que partidos forem, devem ser punidos pelos crimes cometidos”
Trecho do comunicado do grupo Vem Pra Rua, em que avisa que não fará protesto na Avenida Paulista, amanhã à tarde

 

 

Correio braziliense, n. 19716, 20/05/2017. Brasil, p. 5.