As contas de Lula e Dilma

20/05/2017

 

 

Na delação fechada com o Ministério Público Federal,o empresário Joesley Batista afirma que chegou abastecer bancos na Suíça com valores destinados aos dois ex-presidentes. Saldo atingiu US$ 150 milhões em 2014.Petistas negam acusação

 

 

O empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, disse que abasteceu duas contas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente cassada Dilma Rousseff na Suíça. O saldo chegou a US$ 150 milhões em 2014. Em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR), Joesley afirmou que o ex-ministro da Fazenda dos governos do PT Guido Mantega determinava as movimentações financeiras com o conhecimento dos ex-presidentes.

O dinheiro na Suíça teria sido usado, segundo o delator, em campanhas eleitorais pelo Brasil, apoiando aliados de Dilma e Lula. A informação repassada pelo delator era de que a conta estaria em nome de empresas offshores abertas pela JBS. Procurado, o Ministério Público da Suíça se recusou a comentar. “Os saldos das contas vinculadas a Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do esquema BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do esquema gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos Petros e Funcef”, apontou um dos anexos da delação.
Joesley contou que, em dezembro de 2009, o banco estatal adquiriu debêntures da JBS, convertidas em ações, no valor de US$ 2 bilhões, “para apoio do plano de expansão”. “O depoente escriturou em favor de Guido Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou o valor”, constou da delação.

O empresário disse também que foi feito um financiamento de R$ 2 bilhões, em maio de 2011, para a construção da planta de celulose da Eldorado, uma das empresas do grupo. O delator contou que o ex-ministro “interveio” junto ao BNDES para que “o negócio saísse”. “A pedido de Mantega”, Joesley afirmou que depositou mais US$ 30 milhões.

A primeira das contas ficou com um saldo positivo de US$ 70 milhões no fim do governo Lula. Em 2011, quando começou a gestão de Dilma, Joesley disse ter sido orientado a abrir uma nova conta. O empresário relatou que questionou Mantega sobre a necessidade de uma nova conta. “Ele dizia: essa aqui é a conta do Lula”, explicou Joesley, que perguntou: “Mas eles sabem disso?”. Mantega disse, segundo o delator: “Sabem sim, eu falo tudo para eles”.

Outro lado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou as declarações feitas em delação pelo empresário Joesley Batista sobre as supostas contas mantidas no exterior em favor dele e da ex-presidente Dilma Rousseff. Por meio de seus advogados, Lula disse que as acusações não decorreram de contato direto com ele e carecem de comprovação. A assessoria de imprensa de Dilma Rousseff também refutou as acusações contidas na delação do empresário da JBS. Definiu-as como “improcedentes e inverídicas’’, sustentando que a ex-presidente “jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário, nem de terceiros, doações, pagamentos ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos’’.


"O depoente escriturou em favor de Guido Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou o valor”
Trecho da delação premiada de Joesley Batista

 

As contas de Lula e Dilma

Na delação fechada com o Ministério Público Federal,o empresário Joesley Batista afirma que chegou abastecer bancos na Suíça com valores destinados aos dois ex-presidentes. Saldo atingiu US$ 150 milhões em 2014.Petistas negam acusação

O empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, disse que abasteceu duas contas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente cassada Dilma Rousseff na Suíça. O saldo chegou a US$ 150 milhões em 2014. Em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR), Joesley afirmou que o ex-ministro da Fazenda dos governos do PT Guido Mantega determinava as movimentações financeiras com o conhecimento dos ex-presidentes.O dinheiro na Suíça teria sido usado, segundo o delator, em campanhas eleitorais pelo Brasil, apoiando aliados de Dilma e Lula. A informação repassada pelo delator era de que a conta estaria em nome de empresas offshores abertas pela JBS. Procurado, o Ministério Público da Suíça se recusou a comentar. “Os saldos das contas vinculadas a Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do esquema BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do esquema gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos Petros e Funcef”, apontou um dos anexos da delação.Joesley contou que, em dezembro de 2009, o banco estatal adquiriu debêntures da JBS, convertidas em ações, no valor de US$ 2 bilhões, “para apoio do plano de expansão”. “O depoente escriturou em favor de Guido Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou o valor”, constou da delação.

O empresário disse também que foi feito um financiamento de R$ 2 bilhões, em maio de 2011, para a construção da planta de celulose da Eldorado, uma das empresas do grupo. O delator contou que o ex-ministro “interveio” junto ao BNDES para que “o negócio saísse”. “A pedido de Mantega”, Joesley afirmou que depositou mais US$ 30 milhões.

A primeira das contas ficou com um saldo positivo de US$ 70 milhões no fim do governo Lula. Em 2011, quando começou a gestão de Dilma, Joesley disse ter sido orientado a abrir uma nova conta. O empresário relatou que questionou Mantega sobre a necessidade de uma nova conta. “Ele dizia: essa aqui é a conta do Lula”, explicou Joesley, que perguntou: “Mas eles sabem disso?”. Mantega disse, segundo o delator: “Sabem sim, eu falo tudo para eles”.

Outro lado
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou as declarações feitas em delação pelo empresário Joesley Batista sobre as supostas contas mantidas no exterior em favor dele e da ex-presidente Dilma Rousseff. Por meio de seus advogados, Lula disse que as acusações não decorreram de contato direto com ele e carecem de comprovação. A assessoria de imprensa de Dilma Rousseff também refutou as acusações contidas na delação do empresário da JBS. Definiu-as como “improcedentes e inverídicas’’, sustentando que a ex-presidente “jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário, nem de terceiros, doações, pagamentos ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos’’.


"O depoente escriturou em favor de Guido Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou o valor”
Trecho da delação premiada de Joesley Batista

 

P4As contas de Lula e Dilma Na delação fechada com o Ministério Público Federal,o empresário Joesley Batista afirma que chegou abastecer bancos na Suíça com valores destinados aos dois ex-presidentes. Saldo atingiu US$ 150 milhões em 2014.Petistas negam acusação O empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS, disse que abasteceu duas contas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente cassada Dilma Rousseff na Suíça. O saldo chegou a US$ 150 milhões em 2014. Em delação à Procuradoria-Geral da República (PGR), Joesley afirmou que o ex-ministro da Fazenda dos governos do PT Guido Mantega determinava as movimentações financeiras com o conhecimento dos ex-presidentes. O dinheiro na Suíça teria sido usado, segundo o delator, em campanhas eleitorais pelo Brasil, apoiando aliados de Dilma e Lula. A informação repassada pelo delator era de que a conta estaria em nome de empresas offshores abertas pela JBS. Procurado, o Ministério Público da Suíça se recusou a comentar. “Os saldos das contas vinculadas a Lula e Dilma eram formados pelos ajustes sucessivos de propina do esquema BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do esquema gêmeo, que funcionava no âmbito dos fundos Petros e Funcef”, apontou um dos anexos da delação. Joesley contou que, em dezembro de 2009, o banco estatal adquiriu debêntures da JBS, convertidas em ações, no valor de US$ 2 bilhões, “para apoio do plano de expansão”. “O depoente escriturou em favor de Guido Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou o valor”, constou da delação. O empresário disse também que foi feito um financiamento de R$ 2 bilhões, em maio de 2011, para a construção da planta de celulose da Eldorado, uma das empresas do grupo. O delator contou que o ex-ministro “interveio” junto ao BNDES para que “o negócio saísse”. “A pedido de Mantega”, Joesley afirmou que depositou mais US$ 30 milhões. A primeira das contas ficou com um saldo positivo de US$ 70 milhões no fim do governo Lula. Em 2011, quando começou a gestão de Dilma, Joesley disse ter sido orientado a abrir uma nova conta. O empresário relatou que questionou Mantega sobre a necessidade de uma nova conta. “Ele dizia: essa aqui é a conta do Lula”, explicou Joesley, que perguntou: “Mas eles sabem disso?”. Mantega disse, segundo o delator: “Sabem sim, eu falo tudo para eles”. Outro lado O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou as declarações feitas em delação pelo empresário Joesley Batista sobre as supostas contas mantidas no exterior em favor dele e da ex-presidente Dilma Rousseff. Por meio de seus advogados, Lula disse que as acusações não decorreram de contato direto com ele e carecem de comprovação. A assessoria de imprensa de Dilma Rousseff também refutou as acusações contidas na delação do empresário da JBS. Definiu-as como “improcedentes e inverídicas’’, sustentando que a ex-presidente “jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário, nem de terceiros, doações, pagamentos ou financiamentos ilegais para as campanhas eleitorais, tanto em 2010 quanto em 2014, fosse para si ou quaisquer outros candidatos’’. "O depoente escriturou em favor de Guido Mantega, por conta desse negócio, crédito de US$ 50 milhões e abriu conta no exterior, em nome de offshore que controlava, na qual depositou o valor” Trecho da delação premiada de Joesley Batista.

 

 

Correio braziliense, n. 19716, 20/05/2017. Política, p. 4.