Temer diz que Brasil terá juros de um dígito
Cristiane Agostine
13/01/2017
O presidente da República, Michel Temer, afirmou ontem que "em pouco tempo" o Brasil terá juros "de um dígito", um dia depois de o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central reduzir a taxa básica de juros, Selic, para 13% ao ano. Temer, porém, não disse em quanto tempo isso acontecerá. O presidente afirmou também que em 2017 o país estará no centro da meta da inflação.
"Juros muito altos revelam o desestímulo para quem quer investir. Pois muito bem, nesse breve período primeiro foi 0,5 [ponto percentual] e ontem foi 0,75 [ponto percentual]. Sem que eu queira dar palpite na área financeira, nós vamos nessa toada pouco a pouco sair dos dois dígitos para um dígito só em matéria de juros para a economia brasileira", afirmou o presidente, ao discursar durante a cerimônia de inauguração de uma escola municipal em Praia Grande, que leva o nome de um dos irmãos do presidente, Fued Temer.
"Embora tenhamos apenas sete, oito meses de governo, a inflação que é algo que atormenta a vida das famílias, caiu de 10,7 [%] para 6,29 [%]. Todos sabem que a inflação que é calculada como razoável pelos governos é aquela de zero a 6,5 [%] e o centro da meta, 4,5[%]. Nós trabalhamos agora para que estejamos no centro da meta, ou seja 4,5%", disse o presidente.
Em meio à crise no sistema carcerário, o presidente disse que o país vive uma "realidade de insegurança" e voltou a afirmar que o governo vai construir penitenciárias para tentar resolver o problema. Segundo Temer, o país poderá ter 30 novos presídios em até um ano, construído com módulos, para acelerar a entrega.
Temer disse que as áreas de educação e saúde terão mais recursos neste ano do que tiveram em 2016. "São R$ 10 bilhões a mais para educação neste ano de 2017, comparativamente a 2016, e mais ou menos o mesmo valor, ou um pouco mais para saúde. O Orçamento deste ano registraria esses valores", disse.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, que acompanhou o presidente no evento, disse que o reajuste de 7,64% do piso salarial dos professores, acima da inflação, deve incentivar as prefeituras a valorizar mais os docentes.
Valor econômico, v. 17, n. 4173, 13/01/2017. Política, p. A6.