Para Velloso, não há como barrar a Lava Jato

Ricardo Brito

10/02/2017

 

 

Cotado para a Justiça,ex-presidente do STF diz que nenhum titular da pasta poderá ser ‘entrave’ para a operação

 

 

Um dos cotados para assumir o Ministério da Justiça no governo Michel Temer, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso afirmou ontem que nenhum titular da pasta poderá ser “entrave” para a Operação Lava Jato.

“De jeito nenhum (um ministro vai barrar a operação)”, disse Velloso. “A Lava Jato está passando a limpo o Brasil. Tem o apoio da sociedade brasileira e da mídia séria”, completou.

Para Velloso, o próximo ministro não vai tomar nenhuma “decisão contrária” à operação.

Ele destacou que a Polícia Federal tem “grande grau de autonomia” e o Ministério Público é “reconhecidamente” uma instituição independente e autônoma.

Disse ainda que, em relação às ações da Lava Jato, há o controle feito pelos tribunais superiores.

“(A operação) É algo que vem sendo conduzida dentro da normalidade judiciária.”

 

Manifestações. O ex-ministro do STF afirmou não ter sido sondado por Temer – a quem disse conhecer há 40 anos – ou por qualquer outra pessoa do governo para assumir a pasta. Ele admitiu, entretanto, estar recebendo “manifestações generosas” de pessoas que o defendem para o cargo. Perguntado se entre os defensores estaria o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves, amigo pessoal e mineiro como Velloso, ele preferiu não “mencionar nomes”.

Questionado se aceitaria o convite, ele se esquivou: “Não seria muito ético dizer se aceito ou não, nem sondado fui”.

 

 

O Estado de São Paulo, n. 45041, 10/06/2017. Política, p. A4.