Atuação como lobista começa na gestão Sarney

Julianna Granjeia

24/02/2017

 

 

 Jorge Luz, lobista e suposto operador do PMDB

 

 

Jorge Luz é velho conhecido de políticos e empresários. Apontado como o decano dos negócios suspeitos envolvendo a Petrobrás, é pioneiro do modelo de relacionamento com fornecedores que culminou em um dos maiores escândalos da história recente do País.

Investigações da Lava Jato apontam, desde 2015 – quando foram feitas buscas de documentos da família Luz –, que ele iniciou sua atuação como lobista em 1986, no governo José Sarney. Na época, já se sabia que Jorge Luz viajava frequentemente para Miami com o filho Bruno, onde tem casa e negócios.

Filho de comandante da Marinha nascido no Pará, que mantinha relações com políticos da região, Jorge Luz mudou para o Rio ainda jovem, onde se estudou em colégio militar.

Na década de 1980, ele montou um escritório no Pará, onde se dizia braço direito do então governador Jader Barbalho (PMDB). Mas influência política de Luz não se restringia a seu Estado. Em negócios citados na Lava Jato, ele chegou a fechar contrato entre sua empresas Gea Projetos e a Diretoria de Abastecimento da Petrobrás, então comandada por Paulo Roberto Costa, no valor de R$ 5,2 milhões. Costa disse que só foi mantido diretor, no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, por intermédio de Luz, a pedido do PMDB.

 

 

O Estado de São Paulo, n. 45055, 24/02/2017. Política, p. A8.