22/02/2017
-BRASÍLIA- Com o peso de dois inquéritos no Supremo, suspeito de receber mesada de R$ 300 mil por meio do filho Márcio Lobão, o presidente da CCJ, Edison Lobão (PMDB-MA), conduziu os trabalhos de forma lacônica, limitando-se a passar a palavra ora ao sabatinado, ora aos senadores inscritos.
Investigado num inquérito que é desdobramento da Lava-Jato, o presidente do PSDB, Aécio Neves, fez defesa contundente das ligações de Moraes com o PSDB, lembrando que os ministros Edison Fachin e Dias Toffoli são oriundos do PT, o que não atrapalhou a atuação “brilhante” dos dois. Mais que elogios às qualidades do futuro ministro, que prestou serviços à sua campanha como advogado, Aécio reclamou das perguntas dos adversários.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), uma das que mais questionaram as vinculações partidárias de Moraes, e o líder da Rede, Randolfe Rodrigues (AP), bateram na tecla de que Moraes tinha que se declarar impedido de julgar, no STF, casos ligados ao governo de Michel Temer e à Lava-Jato.
— Os que foram leões na sabatina do ministro Fachin, hoje estão aqui gatinhos, muito mansos — reagiu Gleisi.
O TOM DE CADA UM
GLEISI HOFFMANN. Senadora do PT do Paraná questionou vinculações partidárias de Alexandre de Moraes
AÉCIO NEVES. Senador tucano defendeu relação de Moraes com o PSDB e elogiou o candidato ao Supremo Tribunal Federal
EDISON LOBÃO. Investigado, senador foi discreto e apenas deu a palavra aos colegas
O globo, n. 30515, 22/02/2017. País, p. 5