Gravador não registra anormalidades no voo

Rafael Bittencourt

25/01/2017

 

 

O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica informou ontem que a análise preliminar do áudio extraído do gravador de voz do King Air, que caiu no mar na quinta-feira em Paraty (RJ), não indicou "nenhuma anormalidade" nos sistemas do avião. O acidente levou à morte o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki e outras quatro pessoas: o empresário Carlos Alberto Filgueiras, a massoterapeuta Maira Panas, a mãe Maria Ilda Panas e o piloto Osmar Rodrigues.

A análise da descrição do áudio tem reforçado a hipótese de que a viagem não foi completada por complicações no voo decorrentes do mau tempo. No entanto, a própria Força Aérea Brasileira (FAB) ressalta que qualquer conclusão ainda é precipitada. Isso porque ainda não foi iniciada a perícia que vai avaliar o que restou da estrutura do avião.

O tratamento das informações registradas pelo equipamento vem sendo feito pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília. Por enquanto, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica não confirma maiores detalhes sobre os últimos registros de voz do piloto, que supostamente teria relatado informações sobre o mau tempo, momentos antes do acidente.

O chefe da divisão de operações, coronel Marcelo Moreno, disse ontem que o equipamento gravou os últimos 30 minutos de áudio do voo. Segundo ele, o registro inclui não só informações de voz, mas outros sons ambientes que são considerados importantes para a investigação.

"Nós analisamos sons diferentes em que possamos identificar, hipoteticamente falando, o ruído de um trem de pouso sendo baixado, a aplicação de algum grau de flap ou outro equipamento aerodinâmico da aeronave", explica o coronel em nota. A gravação de áudio também é capaz de indicar um início de descida da aeronave.

 

 

Valor econômico, v. 17, n. 4181, 25/01/2017. Política, p. A6.