Título: Fundo de US$ 300 bi
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 10/12/2011, Economia, p. 15

Pequim — O Banco Central da China planeja criar um novo veículo para administrar fundos de investimento no total de US$ 300 bilhões e, assim, melhorar os rendimentos do maior montante de reservas internacionais do mundo, disse uma fonte com conhecimento direto do assunto. O veículo irá operar dois fundos, um visando investimentos nos Estados Unidos e outro focado na Europa. O objetivo é fazer investimentos mais agressivos no exterior para obter retornos maiores. As reservas cambiais da China somam US$ 3,2 trilhões.

Enquanto trabalha para ampliar a rentabilidade das reservas internacionais, o governo chinês comemora o recuo da inflação para 4,2% em novembro, o nível mais desde setembro de 2010. Assim, a meta é manter uma política monetária "prudente" e uma estratégia "orçamentária de apoio à economia" em 2012. O recado de que as amarras econômicas serão mais frouxas no próximo ano tem como motivo o fato de que a acomodação dos preços se deveu, em grande medida, ao enfraquecimento da atividade econômica chinesa em decorrência da crise na Europa e nos Estados Unidos.

No mês passado, a expansão da produção industrial do país desacelerou para 12,4% — a menor taxa desde agosto de 2009 —, ficando abaixo da previsão de 12,8%, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (BNS). A informação confirma a tendência de desaquecimento da segunda maior potência econômica mundial. Depois de alcançar 10,4% em 2010, a expansão do Produto Interno Bruto recuou 9,7% no primeiro trimestre do ano, para 9,5% no segundo e para 9,1% no terceiro.

Debilidade O escritório político do Partido Comunista, a mais alta instância dirigente do país, anunciou que o governo da China continuará manejando a política monetária de modo a dar suporte à atividade econômica. Entre segunda e quarta-feira da próxima semana, o órgão realizará uma reunião sobre política econômica, quando as diretrizes devem ser sacramentadas.

Na reunião anterior, pela primeira vez em 33 meses, o BC reduziu a taxa de reservas obrigatórias dos bancos. A medida de flexibilização permitiu às instituições conceder mais empréstimos e estimular a atividade econômica.

O maior problema da China, agora, é a debilidade da demanda mundial. Em outubro, as exportações chinesas, tanto para Europa, que está à beira da recessão, quanto para Estados Unidos, que mostra taxas muito baixas de crescimento, caíram em relação ao mês anterior. "A grave e complexa situação da economia do planeta se traduzirá inevitavelmente em uma insuficiente demanda mundial", disse o vice-primeiro-ministro, Wang Qishan, encarregado das Finanças do país.