O Estado de São Paulo, n. 45045, 14/02/2017. Política, p. A5

Juiz do Rio ganha escolta e carro blindado

 

Mariana Sallowicz

 

Responsável pelos desdobramentos da Lava Jato no Rio, o juiz federal Marcelo da Costa Bretas passou a andar com escolta e carro blindado na semana passada. Segundo uma fonte, Bretas ganhou a segurança após “situações suspeitas”. Pessoas teriam buscado informações sobre a rotina do juiz no prédio onde fica a 7ª Vara Federal Criminal do Rio, na avenida Venezuela, na zona portuária.

As medidas de segurança foram tomadas pela presidência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). O juiz agora anda acompanhado de seguranças do tribunal e é seguido de perto pela assessoria da segurança institucional do TRF2.

Também foi por determinação da instância superior que o juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Lava Jato em Curitiba, passou a andar com segurança no início de 2016. Moro foi procurado por delegados diante da repercussão dos casos que acompanha.

Em uma reunião, foi convencido a andar com os agentes de segurança da Justiça Federal, que se revezam em turnos.

Procurados, a Justiça Federal no Rio e o TRF2 não deram informações sobre o caso. A assessoria de imprensa da Justiça Federal no Paraná disse que não poderia se pronunciar por questões de segurança.

No centro de casos de grande relevância, o titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio determinou, por exemplo, a prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), da ex-primeira dama Adriana Ancelmo e do empresário Eike Batista.

 

Saqueador. Bretas deu início ontem às audiências da Operação Saqueador, que foi deflagrada em junho do ano passado para investigar as suspeitas de lavagem de R$ 370 milhões em obras tocadas pela construtora Delta. Serão ouvidas as testemunhas de acusação durante esta semana, entre elas o ex-senador Delcídio do Amaral. Ao todo, serão colhidos os depoimentos de aproximadamente 200 pessoas.

O Ministério Público Federal denunciou em junho do ano passado Carlinhos Cachoeira, Fernando Cavendish, Cláudio Abreu, Adir Assad e Marcelo Abbud por associação criminosa, em um esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro, no qual a empreiteira Delta repassou valores a 18 empresas de fachada pertencentes aos operadores.