PF acha dez relógios de grife na casa de Eike Batista

Juliana Castro 

02/02/2017

 

 

Valor das peças, quatro delas da marca Rolex, será calculado em perícia

Já considerado um dos homens mais ricos do mundo pela revista “Forbes”, o empresário Eike Batista tinha uma coleção de relógios de marcas de luxo. No dia da deflagração da Operação Eficiência, na quinta-feira passada, a Polícia Federal apreendeu na casa de Eike dez deles, sendo quatro da marca Rolex, um da Patek Philippe e um da joalheria Cartier. Grifes que estão no rol das mais caras do mundo.

Os policiais federais, que permaneceram mais de quatro horas na mansão do empresário, no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio, apreenderam ainda um anel da joalheria Amsterdam Sauer e R$ 65 mil em espécie.

Todas as peças serão periciadas pela PF, que estimará o valor de cada uma. O material apreendido poderá ser usado para o pagamento de eventuais multas estabelecidas pela Justiça, caso Eike seja condenado. O mesmo procedimento será feito com as 18 obras de arte apreendidas, entre elas um quadro de Romero Britto e a escultura de um dragão.Outros bens de Eike recolhidos são um piano branco de cauda, que ficava na sala da mansão do empresário, e cinco carros, sendo um Lamborghini e um Porsche. Este último tem uma multa de R$ 127,69, ainda não paga, de 2014, por ter deixado de efetuar o registro de veículo no prazo de 30 dias no órgão executivo de trânsito. Os policiais levaram ainda agenda, HDs e documentos que estavam na casa.

TRF-2 NEGA LIBERDADE

O juiz Vigdor Teitel negou ontem liminarmente o pedido de liberdade feito pela defesa de Eike. O magistrado substitui o desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que está de férias e volta no dia 8 de fevereiro. É Abel quem relata os casos relativos à OperaçãoLava-Jato no Rio, quando eles estão no TRF-2. O mérito do habeas corpus, uma espécie de julgamento definitivo do pedido no tribunal, será discutido na 1ª Turma Especializada, da qual o desembargador faz parte.

O habeas corpus foi apresentado por Fernando Martins, advogado de Eike. Vigdor Teitel entendeu que a decisão do juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, está fundamentada e não contém qualquer ilegalidade ou abuso de poder. O magistrado salientou ainda que a prisão foi ordenada para garantir a ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal.

 

O globo, n. 30495, 02/02/2017. País, p. 5