Para analistas, alta de tributo ainda está no radar

Eduardo Laguna e Caio Rinaldi

30/03/2017

 

 

Apesar de o aumento de impostos esperado não ter vindo ontem – na prática, o governo só anunciou a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das cooperativas de crédito –, especialistas avaliam que um movimento nesse sentido ainda não pode ser completamente descartado.

“É possível que venha no segundo semestre uma nova rodada de tributação, com chance de aumento da Cide (o imposto dos combustíveis) ou mesmo a criação de um novo tributo”, apostou Rafael Leão, economista da consultoria Parallaxis.

De acordo com ele, essa possibilidade não saiu do radar porque, para fechar as contas dentro da meta fiscal de déficit R$ 139 bilhões este ano, o Palácio do Planalto conta com uma grande carga de recursos extraordinários que não dependem apenas dele. É o caso da devolução de hidrelétricas à União, cuja receita adicional de R$ 10,1 bilhões, segundo pondera Leão, pode ser alvo de judicialização.

Juan Jensen, economista e sócio da 4E Consultoria, também não descarta uma elevação de tributos.

“É possível num segundo momento, dependendo de como será o ritmo de retomada da atividade econômica e, consequentemente, a arrecadação”, afirmou. “O governo ainda tem essa carta na manga. Se a Cide for dobrada, a arrecadação pode crescer em cerca de R$ 6 bilhões no ano calendário”, previu.

 

Imposto

“Se a Cide for dobrada, a arrecadação pode crescer em cerca de R$ 6 bilhões.”

Juan Jensen

SÓCIO DA 4E CONSULTORIA

 

 

O Estado de São Paulo, n. 45089, 30/03/2017. Economia, p. B4.