Título: Tríade da discórdia
Autor: Ribas, Sílvio
Fonte: Correio Braziliense, 18/12/2011, Economia, p. 14
O veto de David Cameron, primeiro-ministro britânico, ao pacto de rigor fiscal na União Europeia (UE) expôs a maior fragilidade que o euro carrega desde o seu lançamento, em 2002. Os projetos divergentes das três maiores economias da região — Reino Unido, França e Alemanha — tornam mais complexas as negociações para tirar a Zona do Euro do abismo. Os britânicos, que nunca aderiram à moeda comum, se isolam ainda mais ao negar apoio ao esforço coletivo para impedir o desmantelamento do bloco.
Sem a contribuição, França e Alemanha precisam se desdobrar na tentativa de assegurar a sobrevivência do padrão monetário, mas não conseguem abafar diferenças históricas.
A ortodoxia fiscal e monetária alemã em favor da estabilidade da moeda está baseada na sua força exportadora dentro do próprio bloco. O setor produtivo francês, sobretudo o agronegócio, prefere a flexibilização de câmbio e do gasto público que lhe garanta competitividade. "Seria desejável que houvesse o compromisso dos três países com a salvação do euro. Essa tríade é determinante para manter a Europa de pé", diz Ernesto Lozardo, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV). Com Estados Unidos e Japão estagnados, os desunidos europeus miram mercados emergentes.
Antonio Trajani, vice-presidente da Comissão Europeia, acredita que o empreendedorismo é uma das saídas para minimizar efeitos negativos da crise no continente. Em rápida visita ao país na semana passada, liderando comitiva empresarial, ele defendeu a cooperação entre pequenas empresas brasileiras e europeias, especialmente nos setores eletroeletrônico, de informática e de petróleo e gás. (SR)
Acordo nos EUA Por 67 votos a favor e 32 contra, o Senado norte-americano aprovou ontem um conjunto de medidas de cerca de US$ 1,041 trilhão para financiar as atividades do governo até 30 de setembro de 2012, evitando uma paralisia dos serviços. Os fundos incluem US$ 915 bilhões aprovados pela Câmara dos Deputados e mais US$ 126,5 bilhões para operações no exterior, principalmente do Exército. O presidente Barack Obama comemorou o corte de impostos para os trabalhadores, no valor de US$ 33 bilhões, e a extensão do auxílio-desemprego. "Isso é gastar dinheiro no que beneficia famílias e toda a economia", disse.