Título: Bate-boca histórico
Autor: Correia, Karla ; Jeronimo, Josie
Fonte: Correio Braziliense, 29/12/2011, Política, p. 2/3

Em 5 de abril de 2000, Jader Barbalho (PMDB-PA) protagonizou um dos duelos mais marcantes já registrados no plenário do Senado ao entrar em guerra aberta com Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que morreu em 20 de julho de 2007. Diante de uma plateia de parlamentares em constrangido silêncio, os dois trocaram insultos na tribuna, em um espetáculo transmitido ao vivo pela TV Senado.

No ápice de uma tensão que já se arrastava por semanas, ACM comunicou que entregaria à Mesa Diretora da Casa um dossiê contra Jader, que reagiu de pronto. Em um discurso, desfiou as passagens menos abonadoras da vida política do senador baiano. Chamou-o de "corrupto". ACM retrucou: "Vossa Excelência é um ladrão", disse a Jader. A contenda refletia o embate entre os dois partidos, PMDB e PFL, pelo direito de exibir as credenciais de aliado preferencial do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Nenhum dos dois sairia ileso do confronto. ACM renunciou ao cargo para evitar ser cassado por conta do escândalo envolvendo a violação do sigilo do painel eletrônico no Senado, durante a votação do processo de cassação do então senador Luiz Estevão.

Meses depois era o senador peemedebista que deixava o Senado pela porta dos fundos, também buscando escapar de um processo de cassação. Acabou fulminado pela avalanche de denúncias em torno do desvio de recursos do Banco do Estado do Pará (Banpará) e de irregularidades com financiamentos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).