Janot pede novo juiz na ação de Pizzolato

Mateus Coutinho / Julia Affonso / Fausto Macedo

02/03/2017

 

 

Alegando “proteção aos direitos do detento” e respeito aos “tratados internacionais” o procurador- geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao ministro Luis Roberto Barroso, relator do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), que seja nomeado um novo juiz do gabinete do ministro para ficar responsável pela execução da pena do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.

Para a criminalista Ana Paula Aris, que defende Pizzolato, a solicitação do procurador-geral é “louvável”, mas não “resolve a situação”, pois o réu já teria tempo suficiente para progredir para o regime semiaberto.

O pedido de Janot ocorre após uma vistoria na cela de Pizzolato Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, feita pelo Ministério Público Federal em conjunto com representantes da embaixada italiana em 7 de fevereiro. A fiscalização constatou que o ex-diretor do BB foi transferido para o isolamento onde ficou três dias detido em uma cela com dez detentos que só tinha 20 metros quadrados e capacidade para cinco presos.

Pizzolato foi transferido depois de agentes identificarem que ele possuía R$ 1 mil, valor que seria proibido para um preso manter consigo no presídio. 

 

Detido. Pizzolato em 2014 na Itália, onde foi preso

 

 

O Estado de São Paulo, n. 45061, 02/03/2017. Política,  p. A7.