Dilma afirma que declarações sobre chapa são mentirosas

Breno Pires / Rafael Moraes Moura

03/03/2017

 

 

Presidente cassada nega informações dadas por Marcelo Odebrecht em depoimento anteontem à Justiça Eleitoral

 

 

 

A presidente cassada Dilma Rousseff negou, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, declarações do empreiteiro Marcelo Odebrecht no depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anteontem.

O herdeiro do grupo Odebrecht afirmou ter repassado R$ 120 milhões em caixa 2 para a chapa composta por Dilma e pelo então vice-presidente Michel Temer na campanha presidencial de 2014 e que ela sabia da origem ilícita do dinheiro.

“É mentirosa a informação de que Dilma Rousseff teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do País, ou por meio de caixa 2, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014”, afirma a assessoria de imprensa da petista.

A nota também nega que Dilma tenha indicado o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega “como seu representante junto a qualquer empresa tendo como objetivo a arrecadação financeira para as campanhas presidenciais”. “Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação.

O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação”, diz o texto.

A defesa da presidente cassada também afirma que todas as doações às campanhas de Dilma foram feitas de acordo com a legislação e aponta que as duas prestações de contas foram aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “A insistência em impor à ex-presidenta uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos.” À Justiça Eleitoral, Marcelo Odebrecht disse que 4/5 dos recursos destinados pela empresa para a campanha da chapa Dilma- Temer em 2014 tiveram como origem o caixa 2.

 

Inelegível. A ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) do TSE contra a chapa Dilma-Temer pode tornar inelegível a presidente cassada, bem como cassar o mandato de Michel Temer na Presidência da República.

 

 

O Estado de São Paulo, n. 45062, 03/03/2017. Política, p. A6.