Título: Verba social maior
Autor: Sassine, Vinicius
Fonte: Correio Braziliense, 20/12/2011, Política, p. 6

O Plano Brasil Sem Miséria, vitrine do governo da presidente Dilma Rousseff, terá R$ 2 bilhões a mais no próximo ano, com base no relatório final do Orçamento da União de 2012, apresentado ontem. Os programas que compõem o plano não deslancharam no primeiro ano de governo e a aposta do Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome (MDS) é de que isso ocorra em 2012. Para evitar um encolhimento dos recursos para o plano, depois de um ano sem resultados expressivos, o relator geral do orçamento, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), recorreu a uma das emendas a que o relator tem direito, para corrigir eventuais distorções. A emenda soma R$ 1 bilhão, dos R$ 2 bilhões a mais previstos para o Brasil Sem Miséria.

Depois da apresentação do relatório, no início da tarde, Chinaglia explicou que a emenda foi um pedido do governo, diante dos cortes feitos pelo relator dos setores de Integração Nacional e Meio Ambiente, deputado José Priante (PMDB-PA). Ao elaborar o relatório setorial, que antecede o relatório geral, José Priante – sobrinho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) – suprimiu R$ 425 milhões das duas áreas, segundo Chinaglia. "O governo manifestou preocupação com o corte." Entre os programas que seriam atingidos estão os ligados ao Plano Brasil Sem Miséria, sob a responsabilidade dos ministérios da Integração Nacional e do Meio Ambiente.

Oito ações que são objeto das emendas do relator dizem respeito especificamente ao Brasil Sem Miséria. O maior valor – R$ 450,2 milhões – é para implantação de obras e equipamentos para oferta de água, a cargo do Ministério da Integração Nacional. A pasta já recebeu neste ano um crédito especial de R$ 161 milhões, para a mesma finalidade (construção de cisternas), e nada gastou ainda. As outras ações que devem fazer parte do Orçamento da União de 2012 referem-se a unidades de beneficiamento de pescado, inserção mercadológica, capacitação e apoio ao cooperativismo.